Com os últimos capítulos da novela "Gênesis" sendo exibidos, a Record TV anunciou nesta sexta-feira (19) a estreia de "A Bíblia", que irá substituir o projeto, e estreia na próxima terça-feira (23) na faixa das 21 horas, após o Jornal da Record.
Segundo comunicado da emissora, "A Bíblia" será um compilado de episódios dos principais acontecimentos bíblicos retratados anteriormente nas produções de teledramaturgia do canal. Os episódios serão exibidos em ordem cronológica.
Farão parte do novo projeto as novelas "Gênesis", "Os Dez Mandamentos" e "A Terra Prometida". Além disso, no domingo (21), às 23h, será exibido o documentário especial "A História do Maior Best-Seller de Todos os Tempos".
Produzido também pela emissora, o documentário mostra repórteres em Israel, enquanto exibem as descobertas arqueológicas mais recentes e impressionantes sobre a Bíblia, o livro mais vendido do mundo.
"Gênesis" terá seu último capítulo na noite da próxima segunda-feira (22). Desde janeiro no ar, a superprodução acumulou números satisfatórios. Foram mais de 25 mil peças de figurino produzidas, gravações feitas em quatro estados e no Marrocos.
Além disso, foram 66 cenários e estúdios que contemplam quase 100 ambientes diferentes, 16 construções externas, oito cidades cenográficas e mais de 250 atores, 8.500 figurantes e 1.040 dublês na superprodução.
Para o especialista em TV Dirceu Lemos, o bom resultado no ibope de "Gênesis", somado à facilidade nas vendas internacionais, levou a emissora a investir nas novelas épicas de maior duração. Na visão do especialista, o gênero se consolidou com "Os Dez Mandamentos", que alcançou enorme audiência, com média de 19 pontos, chegando a bater a novela das nove da Globo.
"Prevista inicialmente com 150 capítulos, 'Gênesis' foi esticada. No caso das telenovelas, quanto mais longa, maior é o lucro, pois os custos iniciais de produção (figurinos, cenários etc.) ficarão diluídos em um número maior de capítulos", explica.
Para ele, entre os pontos positivos, a novela investiu em efeitos especiais para garantir boas imagens como do éden, da construção da Torre de Babel e do dilúvio. O figurino, as locações e os cenários também são destaque pela qualidade.
Porém, na avaliação de Lemos, mesmo com uma produção caprichada e de um robusto investimento em efeitos, a direção de elenco da novela acabou caindo num erro recorrente.
"O fenótipo dos atores foi totalmente fora dos padrões dos habitantes do norte da África e do Oriente Médio. Grande parte é branca, de olhos claros e com corpos malhados de academia. Essas características de 'branquitude' poderiam ter sido adequadas à ambientação da história", explica.
Para o especialista em teledramaturgia Claudino Mayer, os pontos negativos são a trilha sonora e o fato de algumas situações em alguns núcleos da novela não serem críveis por causa de gírias nos diálogos.
"Já pelo lado bom, percebo que os efeitos especiais fazem o público se emocionar. E quando os autores fazem menções de passagens bíblicas, a página é citada."