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Série "Os Experientes" estreia hoje na Globo e debate o envelhecimento

10 abr 2015 às 11:10

Envelhecer e se redescobrir ou se reinventar: é esse o mote que norteia a série "Os Experientes", que a Globo põe no ar nesta sexta-feira, 10, após o Globo Repórter, com um elenco que soma Beatriz Segall, Juca de Oliveira, Goulart de Andrade, Selma Egrei, Joana Fomm, Wilson das Neves, Germano Mathias, João Cortês, Lima Duarte, Dan Stulbach, Othon Bastos, Elcyr Souza, Silvia Lourenço e João Baldasserini, entre outros. A direção-geral é do cineasta Fernando Meirelles e de seu filho, Quico Meirelles, autor da ideia de abordar o tema. A direção dos episódios tem os créditos dos dois e de Gisele Barroco.

São quatro episódios - três deles ("Atravessadores do Samba", "Folhas de Outono" e "O Primeiro Dia") têm autoria de Marcio Alemão Delgado. "Assalto", episódio de estreia, é assinado por Antonio Prata. Muito ligado aos avós, Quico, autor da sugestão, percebeu que pouco se fala do universo da terceira idade hoje.


"Inicialmente, seriam oito episódios, mas por questão do espaço na grade viraram só quatro", conta Fernando Meirelles à reportagem. "Como quatro são quatro vezes mais do que nenhum, embarcamos." A proposta foi apresentada à direção da Globo em meio a um pacote de projetos da produtora O2, que tem um contrato de parceria com a Globo. Reza o acordo que a emissora tem prioridade na escolha dos projetos da empresa de Meirelles. "Creio que a possibilidade de dar o protagonismo para grandes atores que não são protagonistas faz tempo atraiu-os mais dos que as próprias histórias apresentadas", diz o diretor. "O formato falou mais alto."


Como a ideia inicial previa oito histórias, três roteiristas receberam a encomenda de criar nove histórias. As melhores acabaram ganhando espaço.


"Temos uma história romântica, uma de ação, uma espécie de musical e a última é sobre a vida sendo passada a limpo." A redescoberta do amor surge em dois episódios. Como diz o diretor, é "a eletricidade voltando surpreendentemente, depois de tanto tempo adormecida".


Divulgação/TV Globo

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Para o cineasta, "algumas sociedades respeitam mais seus velhos do que outras, isso vai do culto aos ancestrais dos chineses até o descuido que muitas vezes se vê por aqui". "Na cultura ocidental, fios de cabelos brancos parecem ser uma espécie de manto da invisibilidade. Quanto mais eles crescem, mais quem os carrega vai sendo esquecido. Não acho nada legal o que meu joelho tem feito comigo, ou como diria o personagem do Wilson das Neves na série, 'só a minha próstata sabe da verdade', mas sem querer parecer a Poliana, apesar de acabar com as articulações, a idade traz algumas conquistas."


Exemplos? "A tolerância melhora com a idade. Estar se aproximando da morte e ter que encarar aquele vazio pela frente nos coloca diante de um troço tão enorme, tão maior, para alguns tão assustador, que não há como não sentir a própria desimportância e transitoriedade. Quando esta sensação bate forte todas as frescuras do ego ou o impulso para dar chilique perdem o sentido. Acho que saber que somos quase nada é o que nos torna tolerantes e nada como a idade para fazer com que esta ficha caia."

Cria de Goulart de Andrade na TV, Meirelles se sente especialmente satisfeito em trazê-lo de volta ao exercício de atuar. Ele está no episódio "Atravessadores do Samba". "O Goulart não é músico mas se vira muito bem com um tamborim. Já ator, para a minha surpresa, ele foi. Fez até novela há meia década e ainda sabe tudo sobre o ofício. Boa surpresa." Já na história do dia, Beatriz Segall é protagonista e acaba se tornando a heroína de um assalto a banco, surpreendendo quem via nela uma senhorinha inútil e indefesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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