O apresentador do "Programa do Ratinho" no SBT, Carlos Massa, está cansado do estigma de popularesco e polêmico, mas reconhece que foi esse estilo de programa que impulsionou sua carreira na televisão na década de 1990. Além disso, Ratinho atesta que programas com formato mais popular não vão deixar de fazer sucesso no Brasil.
"Ele [jornalismo popular] vai continuar existindo porque você não muda a cultura e o modo de viver das pessoas. O Luciano Huck é um popular sofisticado, um caminho que a Globo achou para enfeitar. Se a Globo me contratasse eu faria um programa fantástico. Eu não estou pedindo emprego na Globo porque estou ganhando bem aqui, mas se a Globo contratasse um Ratinho em um programa popular com toda a estrutura que ela tem...", avalia o apresentador à IMPRENSA em entrevista concedida para a edição temática de TV de setembro.
Apesar de acreditar nesse modelo de programa, Ratinho diferencia o popular do sensacionalismo e acha que há um certo exagero na quantidade de notícias ruins veiculadas e na abordagem de alguns assuntos polêmicos. "Eu acho que sensacionalismo é tudo o que chama atenção acima do limite. O caso Bruno, seja feito por nós, seja feito pelo Datena ou pela revista Veja é sensacionalismo. Pra mim esses casos são o sensacionalismo que são praticado por todos os veículos", diz.
Ao longo de sua carreira na televisão, Ratinho se envolveu em diversos casos polêmicos como a cobertura do sequestro de Wellington Camargo, irmão de Zezé de Camargo e Luciano: "Foi um episódio de ignorância e inocência. Pura ignorância de um caboclo macho que acha que é artista", explica. Além desse exemplo, casos de adultérios e histórias consideradas "bizarras" exibidas em seu programa e a entrevista recente com Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniela Perez, geraram duras críticas a Ratinho.
"Ressentimento eu não tenho, eu acho que alguns jornalistas, olhando pra trás, tinham razão em bater. Eu só não admitia quando batiam só em mim e eu via que outros veículos estavam fazendo as mesmas coisas. Esses dias eu entrevistei o Guilherme de Pádua aqui no programa e pronto, um monte de veículo me criticou. A revista Veja fez a mesma coisa que eu nessa semana e eu não vi ninguém bater na revista Veja. É aquele tipo de coisa, esse pode aquele não pode, isso eu não aceito", finaliza.