Shows & Eventos

"Os Queridinhos da América", quase uma grande comédia

11 out 2001 às 20:10

É filme de bilheteria certa, que ninguém duvide. Multiestelar comissão de frente - Julia Roberts, John Cusak, Catherine Zeta-Jones, Billy Cristal -, coadjuvantes de peso, trama promissora, habitual acabamento de primeira. Em ''Os Queridinhos da América'', lançamento nacional beneficiado pelo feriadão, todos os indícios apontavam para uma devastadora comédia (romântica também, por que não?) condimentada com ingredientes capazes de apimentar os bastidores hollywoodianos, transformando glamour em matéria-prima de corrosão. Infelizmente, o filme passa ao largo da mordaz desmistificação do estrelato e se contenta em ser modesta incursão a um território congestionado de produções muito parecidas entre si.

Gwen Harrison (Zeta-Jones, roubando cenas com surpreendente facilidade) e Eddie Thomas (John Cusak) são um casal megastar, isto é, foram. Separados, ela continua a diva insuportável de sempre, ele cultivando carismáticos níveis de demência. De certa forma são - eram - uma espécie de Cruise-Kidman, com uma diferença: quando juntos, formaram dupla de sucesso absoluto em nove filmes. Os noivos da América, idolatrados pelas multidões. Agora, passado ano e meio da separação, Gwen segue ao lado de seu musculoso latin lover espanhol (Hank Azaria), motivo que precipitou a ruptura. Já Hank, ex-galã de Gwen nas telas e na vida real, vive em permanente neura, isolado do mundo, aos cuidados de um guia espiritual. Mas há um último filme interpretado pelo casal que permanece inédito, e o estúdio não perdoa: é preciso recuperar os 85 milhões de dólares investidos.


É necessário, portanto, convocar e reaproximar os divos, e a tarefa nada agradável fica por conta do assessor de imprensa Lee Phillips (Billy Cristal). O profissionalismo fala mais alto, e Gwen e Eddie concordam em deixar de lado as diferenças, fingir uma reconciliação e se reunir com a imprensa internacional num hotel, para entrevistas e uma primeira exibição do filme que ainda ninguém viu - um imprevisível diretor mantém tudo a sete chaves. E neste vai-vem, onde andará Julia Roberts? Ela é Kiki, desarrumada irmã e assistente da estrela, espécie de gata borralheira sempre à sombra, nos bastidores, atendendo as crises de estrelismo de Gwen. E agora com papel decisivo para ajudar o trabalho do assessor Phillips.

Leia mais na crítica de Carlos Eduardo Lourenço Jorge na Folha de Londrina/Folha do Paraná desta sexta-feira


Continue lendo