Até esta sexta-feira, cerca de 200 crianças terão passado pelo primeiro módulo da Circo Oficina, um dos Projetos de Maio do Filo. O objetivo, segundo Sergio Oliveira, do Aerocircus, ''é despertar o interesse pela arte do circo''. Se depender das carinhas de satisfação vistas durante toda a tarde de quarta-feira, os organizadores já podem comemorar.
Durante o Filo, irão acontecer quatro oficinas direntes. A de acrobacia começou na terça-feira e vai até sexta. O encerramento oficial acontece no sábado, às 17 horas, com uma apresentação do Aerocircus, trupe londrinense que há sete anos se dobra e desdobra em acrobacias. ''Seguimos a linha do circo mais contemporâneo'', explica Oliveira.
''Cada dia recebemos uma turma diferente. Na terça-feira vieram 35 crianças de 5 a 8 anos, na quarta, quase 50 crianças de 7 a 16 anos'', segundo o coordenador da oficina. ''É uma oportunidade da criança ver e sentir o circo'', diz.
Apesar das aulas cerca de três horas por dia acontecerem no galpão, o final da tarde reserva uma visita à lona propriamente dia, que ainda está sendo preparada para a apresentação de sábado.
''Toca muito a criança entrar naquele espaço'', conta Oliveira. ''O brasileiro é muito ligado à lona de circo. Quando Orlando Orfei chegou da Europa e quis se apresentar em ginásios de esportes, alguém o avisou disso'', lembra o coordenador.
''Antes o ofício circense era passado de pai para filho, hoje não mais'', diz Oliveira. Para que a tradição não acabe, está se criando uma metodologia de ensino do circo. ''No segundo semestre iremos lançar a escola municipal de circo, aqui neste espaço em parceria com a Rede de Cidadania (lona instalada na Av. Higienópolis). O curso irá durar três anos para um grupo de 20 a 30 alunos a partir de 13 anos'', avisa o coordenador.
Durante a oficina de acrobacia, assim que as crianças chegam vão logo descobrindo o que é o Filo e também o porquê da oficina ter apenas um dia. Depois o grupo é dividido em quatro turmas que ficam fazendo rodízios entre as aulas de cama elástica, trampolim, pirâmide humana e acrobacias.
''De tudo, gostei mais do mini-tramp (uma mistura de trampolim com cama elástica). Não gostei de ser a base da pirâmide. Machuca'', dizia ontem Giovani dos Santos, de 12 anos, morador dos Campos Elíseos. Depois de pouco mais de duas horas de dicas e aprendizados, o garoto garantia que levava ''jeito para o circo''.