Shows & Eventos

Mais que um grande show

18 set 2002 às 17:28

Desde o começo da tarde do dia 14 de setembro algumas pessoas já andavam com máscaras dentro dos carros. O clima estava todo voltado para a 8ª edição da Metamorfose, a maior festa à fantasia do mundo, que bateu o seu próprio recorde. Este ano mais de 20 mil pessoas passaram pelos portões do Centro de Eventos de Londrina. As histórias mudam para cada uma destas pessoas, mas todas já esperavam a festa desde março, mês em que foram realizadas as outras edições. A mudança na data ocorreu para escapar do frio, mas devido a instabilidade do tempo, por muito pouco isso não foi possível.

Nada de chuvas. Temperatura agradável durante todo o dia. Só restava esperar. A noite chegou. Mais felizes foram aqueles que resolveram sair bem cedo de casa. Quem deixou para sair depois das 21h30 teve que esperar no engarrafamento, ou buscar caminhos mais longos e alternativos para chegar a festa. Às 22h30 passei ao lado do Shopping Catuaí, há cinco quilômetros da festa. Por ali muitas pessoas decidiram esquecer dos veículos e fazer uma caminhada para chegar um pouco mais cedo.


Nos carros e nas vans, a espera foi grande. Entrei na festa três horas depois de enfrentar o engarrafamento, por volta da 1h30, quando a festa já tinha começado há muito tempo. No caminho alguns mendigos pediam esmola, enfermeiras e dançarinas passavam aos montes, o carro da moranguinho e suas amigas limãozinho e laranjinha faziam a festa, monstros pareciam se espremer dentro de uma van. Em alguns carros, os pais dirigiam para levar os filhos com uma aparência um pouco preocupada, ou talvez assustada. Era muita gente bebendo, rindo, gritando, uma verdadeira muvuca.


O som dos carros se misturavam. Do rock ao axé, da música eletrônica ao funk. Era difícil definir alguma coisa para prestar atenção. Cada trecho reservava novas surpresas, uma caminhonete carregava uma grande fantasia de ônibus, um abajur ambulante se acendia e se apagava. Uma coelha sorria para vários garotos que passavam por ela. Ossama Bin Laden mostrava sua cara pela janela de uma Kombi. Entre a angustia da espera e a sensação estranha e confortável de estar num mundo de fantasias, o Centro de Eventos chegou.


No estacionamento a diversão continuou, Elvis estava com Marilyn Monroe, logo atrás de um casal de gnomos. Dentro da festa não demorou muito para aparecer o Máscara, a Branca de Neve, a Coca-Cola, o Presente, a Joaninha, o Banana de Pijama 2, Árabes, Palhaços, Vampiros, Bruxas, Enfermeiras, Havaianas, Gladiadores, o Visconde de Sabugosa. Todos apareceram, todos estavam ali. Fantasias. Pessoas sem nomes, endereços, diferenças sociais e de consumo. Um mundo à parte. Uma sensação de liberdade. Um saco de risadas. Uma festa ousada e diferente que começou como uma brincadeira numa república, e agora ganhou importância para fazer parte do calendário de eventos oficiais da cidade.

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