Pra que todos estejam bem nutridos e energizados para encarar a maratona literária programada pelo Festival Literário de Londrina (Londrix 2017), o evento começa servindo um porco assado, leitura de um conto e confraternização entre os amantes da literatura em suas mais variadas formas de manifestação, no próximo sábado (11), às 21 horas, na Vila Cultural Cemitério de Automóveis (Rua João Pessoa, 103-A). O ingresso custa R$ 20 (com porco) e R$ 10 (sem porco).
Em seu livro "Parceiros do Rio Bonito - Estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida", o sociólogo, escritor e crítico literário Antonio Cândido, dedica generosas páginas ao resgate da dieta alimentar dos primeiros habitantes do vizinho estado, explicando, entre outras coisas, o surgimento do termo "mistura", que continua presente no vocabulário contemporâneo.
O conto "O Último Porco", escrito por Domingos Pellegrini, escritor londrinense vencedor de dois prêmios Jabuti, um na categoria contos e outro na categoria romance, da mesma forma que o texto do pesquisador paulista, é uma referência antropológica da formação da Metrópole do Norte do Paraná, Londrina, que nos primeiros tempos se chamava Patrimônio Três Bocas.
A memória compartilhada pelo escritor, o conto em questão, desperta recordações de aromas, sabores e vivências que compuseram a infância de boa parte dos londrinenses. Passo a passo, Pellegrini descreve o preparo do assado, desde o abate, passando pelo temperar, o aquecer o forno de barro no quintal e a sequência de uso do calor. Porco, frango e suspiros. Quando o forno chia avisando que o doce está no ponto.
Amigo de longa data do "Dinho", como o escritor é chamado pelos mais próximos, o jornalista, ator e também escritor, Apolo Theodoro, assume a incumbência de fazer a leitura, do jeito que lhe é peculiar, do conto que inspirou o encontro da gastronomia com a literatura no Londrix. Não duvide que a leitura será tão apetitosa quanto "O Último Porco".
A garantia de um prato à altura é a assinatura do chef Marcello Sokolowski, professor de Gastronomia na Unopar e pesquisador, já que também é sociólogo, da comida que alimentava os primeiros londrinenses. O chef estreia no Londrix batendo as panelas a favor da literatura.