Shows & Eventos

Índia O´Hara Entre Ritos e ritos místicos...

08 jul 2004 às 13:25

Para alguns a arte sempre desencadeia seus mais imprevisíveis sentidos sentimentos, ou seus mais desconhecidos sentimentos, revelados em impressões artísticas. Mas para esta artista, a arte coligou-se a algo superior às descrições de qualquer crítica, ou mais ainda, posso considerar que, Índia realmente conquistou como artista sua busca de missionária artista-espiritual.
A arte sempre foi um dom, algo que talvez fora pedido por ela, antes mesmo de sua vinda a esta esfera. Desenvolveu todo o seu processo artístico com facilidade, como quem aprende a saborear um novo prato da mais deliciosa iguaria.Característica imprescindível da personalidade da artista é a aliança do seu trabalho com sua busca espiritual, pois é sua maneira de expressar para o mundo o seu próprio interior. Índia diz expressar-se com as mãos, "Mente, corpo e espírito...estão interligados trabalhando conjuntamente com o Supremo".
Utilizando a arte como mensageira e representante dos mais profundos conhecimentos, vivências espirituais e místicas Índia transfere igualmente estas experiências para a tela. A arte como meditação e avaliação dos efeitos do mundo físico, reflexos das imagens mentais, lugares que sua mente viaja e se instala, sem nome local, sem referência, apenas um lugar que se vai.
Do mundo físico, sua habilidade com os quatro elementos, água, fogo, terra e ar, e a relação destes com tudo da vida e com cada ser, Índia possui um temperamento que excede o elemento fogo. Ela é a própria Criação, pois este elemento, o fogo, é a chama que transmuta, modifica padrões, transfere almas, mutante das formas, força criadora da própria vida. O elemento água é abrangente nas suas atitudes, corre na várzea, descobrindo e abrindo novos caminhos, sem nunca estagnar-se. Seu ar é imenso, ocupa todo espaço possível, engloba toda sua capacidade e sabedoria, a tudo penetra para cada vez mais saber mais.
Bem, restou o elemento terra, do qual a artista dizer sua carência, o qual não concordo, mas enfim, vale a busca desta criatura amorosa e emocional. A terra representa a materialidade ( frutos) , a produtividade (fertilidade), a segurança (raízes ou pés no chão). Deusa-Mãe, ela alimenta e estrutura as bases, os eixos. Representante das mudanças lentas, quase imóvel, mas precisas e determinadas.
Índia escolhe seu material de trabalho passeando pela cidade, ou lugares que viaja. Escolhe as terras colorísticas, pois este foi o propósito de preenchimento da estrutura espiritual que busca intensamente. Terra cor e equilíbrio dos poderes e energias desta índia nativa de um lugar distante, de um mundo não comum a nós, apenas a ela. Lá, nestes mundos, Índia se encontra com algo seu que desprendeu-se deste planeta, e que ela necessita encontrá-lo sempre em seus sonhos.
Trabalho artístico, busca interior, ambos lado a lado, o uso das terras, identificação com a natureza, com ídolos primitivos, com magos, druidas, enfim com seus amigos e parceiros atemporais.
Vem desenvolvendo um trabalho com imagens não figurativas e tampouco abstratas, imagens que relatam efeitos de sua própria alma. São imagens talvez simbólicas, filosóficas e sagradas. Harmonização da história primitiva e mística dos bravos guerreiros aos bruxos e magos ancestrais, criou assim rituais pictóricos.
Estando estas obras impregnadas de emoções, mitos, sentimentos, histórias e ainda a vibração do elemento terra, faz com que cada obra carregue consigo toda a energia ritualmente nela trabalhada. Trazendo assim esta vibração e energia para que as adquire e ao local onde estará exposta.
"Espero que elas tragam tanto prazer e bem estar às pessoas, quanto trazem a mim quando estou criando". Diz Índia.

Serviço:

Exposição Le Duc
Avenida Candido de Abreu 776 – Centro Cívico
Das 8h30 às 21h, de segunda a sexta-feira
Informações pelo telefone: 041 352-9118


Continue lendo