Terminou na noite deste domingo, 28 de março, a 13ª edição do Festival de Teatro de Curitiba (FTC). O festival aconteceu durante 11 dias e trouxe a vários palcos da cidade 144 peças, sendo 14 na Mostra de Teatro Contemporâneo, dois na Mostra Infantil e 128 no Fringe.
Segundo dados divulgados pela organização do FTC, houve um crescimento de 10% em relação ao público de 2003: cerca de 110 mil pessos assistiram às peças ao longo da temporada.
Esses números superaram a expectativa. ‘Nós não esperávamos esse aumento e sim os mesmos números do ano passado. Acho que aconteceu por um envolvimento maior da cidade com o festival. As pessoas querem ir, partipar, não querem ficar de fora’, contou, por telefone à Folha, Victor Aronis, um dos idealizadores do evento.
Sem muitos destaques excepcionais, mas com uma gama grande de espetáculos dirigidos por nomes de destaque da dramaturgia nacional, o evento deste ano mostrou algumas facetas importantes que podem ser corrigidas na próxima edição: a fila para compra de ingressos avolumou-se tanto que era impossível adquiri-los em menos de quatro horas. Um verdadeiro martírio para quem é apreciador do FTC.
No ano que vem Aronis destacou que vai ser feita uma campanha para que as pessoas comprem os ingressos com antecedência, não deixem para última hora. Outra estratégia é pulverizar os pontos de venda dentro de um mesmo espaço. Tudo isso já está sendo pensado, mas não há garantias que de que vá funcionar
‘As pessoas deixam para a última hora mesmo. E você já viu filas em um lugar que não vai ninguém?’, questiona.
Uma outra característica do FTC que aumenta a cada ano é a procura por espetáculos em geral, mais pelas companhias que os representam do que por famosos que possam vir à cidade. ‘O povo quer ir ao teatro pelo trabalho dos diretores e pelas companhias. Não precisam de um global para quererem assistí-los’. Esse interesse pelo teatro e pelas mostras paralelas também é um ponto que ajudou no crescimento do público na opinião de Aronis.
Durante os 11 dias várias exposições e shows tomaram carona no brilho do FTC para mostrarem seus trabalhos.
De todos os espetáculos que foram apresentados alguns tiveram lotação esgotada rapidamente. ‘Sonhos de Einstein’, da Intrépida Trupe; ‘Fausto Zero’, de Gabriel Villela; e ‘Coração Bazar’, de José Possi Neto e Regina Duarte, foram os campeões de vendas rápidas. A peça ‘Temporada de Gripe’ de Felipe Hirsch também teve grande procura e acabou com um espetáculo a mais. É uma tendência a ser aplicada no ano que vem. A colocação de uma noite extra pode ajudar a evitar a correria em busca de ingressos.
Ainda sobre o crescimento e as surpresas Aronis destacou o Risorama, shows entre os dias 22 e 25 de março com grandes humoristas brasileiros. Este plus no FTC deve continuar em 2005 com o mesmo formato: elenco fixo e alguns convidados especiais.