O Ginásio do Moringão era o palco dos famosos em Londrina, nos anos 80. Quem não tinha dinheiro para o ingresso, ficava ali, esperando ao lado dos portões, pois a produção costumava abri-los no meio do show para lotar o espaço.
Durante uma apresentação de Rita Lee, os portões foram abertos e a turma entrou correndo a tempo de vê-la levitando, içada por cabos de aço, acima do público, tocando uma flauta transversal. Estava voando.
Rita foi única e foi muitas. A frase pode ser um clichê, mas não é mentira. Fã das surpresas, guardou uma para a posteridade.
Leia mais:
Meghan Markle adia retorno à televisão devido aos incêndios em Los Angeles
Beyoncé doa R$ 15 milhões para ajudar vítimas de incêndios em Los Angeles: 'Estamos com vocês'
Primeiro meme de 2025: influencer da Zona Norte de Londrina vira celebridade nas redes sociais
Shopping de Londrina oferece oficina gratuita de pintura para crianças nas férias
"Voando", versão de "Volare" (Nel blu dipinto di blu), canção de Domenico Modugno, conquistou recentemente os ares com o poder de emocionar diferentes gerações - a música está nas plataformas de streaming. O clipe resgata momentos felizes de Rita e soa como uma despedida.
Consagrada no Festival de San Remo de 1958, "Volare" ganhou o mundo. Foi gravada por gente tão diferente quanto David Bowie, Dolores Duran e Ella Fitzgerald. Na versão de Rita Lee e Roberto de Carvalho, tornou-se uma bossa nova, ideal para a voz contida, mas repleta de sentidos. Ninguém esperava a novidade, especialmente um ano após a partida – Rita Lee morreu em 8 de maio de 2023.
Rita foi do rock à bossa nova. Fez o caminho inverso de outra cantora ousada, também de voz econômica: Nara Leão, que partiu da bossa nova para a Jovem Guarda. Ambas aproximaram extremos.
Se durante a Tropicália, com Os Mutantes, Rita já se permitia aventurar por misturas incomuns e provocativas - ancorada muitas vezes pela criatividade dos irmãos Duprat -, posteriormente encontrou em Roberto de Carvalho as soluções harmônicas para ampliar o escopo das próprias composições e conquistar novos públicos.
Deixou-se encantar pelo pop romântico, fundiu Beatles à bossa nova e narrou uma obra famosíssima de Prokofiev, "Pedro e o Lobo", introdutória para o mundo da música clássica. Não importa o que fizesse, tudo soava como Rita Lee.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: