Foi com um telão bem millennial - cheio de memes, figurinhas do WhatsApp, GIFs e imagens de figuras como o Fofão e eleitores de Bolsonaro - que o rapper Edgar abriu, pouco depois das 13h desta sexta-feira (25), a programação do palco Adidas no Lollapalooza Brasil, num começo de festival marcado por manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Logo depois da primeira música, uma pessoa mascarada e vestida com uma farda militar - e com uma câmera GoPro presa no capacete - entrou no palco e fechou o artista em um saco de lixo preto enquanto ele cantava "Plástico", alterando trechos da música para dizer que "Bolsonaro é um lixo" e que "o futuro é um presidente com medo de nós".
No fim da música, o artista de Guarulhos, município da Grande São Paulo, simulou matar com o microfone o militar que fazia o gestos de arminha com as mãos. Em seguida, puxou "Também Quero Diversão", com letra que menciona "que estamos voltando de novo a 1964".
No mesmo horário, a alguns metros de distância, no palco Budweiser, Tico Santa Cruz mandava o público "acender os celulares, isqueiros e baseados" para acompanhar a sequência de hits dos Detonautas - para a alegria dos nostálgicos a banda relembrou os anos 2000 com músicas como "Olhos Certos", "Você Me Faz Tão Bem" e "Outro Lugar".
O cantor ainda fez referência à música "Envolver", de Anitta, que bateu recorde e chegou ao primeiro lugar da parada global do Spotify nesta sexta, e se jogou no chão para rebolar e imitar a coreografia.
No show com público muito mais numeroso que o de costume para o horário, talvez pela sede de aglomeração causada pelos dois anos sem o festival na agenda da cidade, Santa Cruz fez um discurso dizendo que "o amor é a única revolução verdadeira" e que "não importa sua ideologia, desde que você esteja no campo democrático". O show acabou com a plateia xingando Bolsonaro mais uma vez.