As relações políticas e econômicas fazem parte de uma mudança constante, não só do ponto de vista do que a humanidade constrói, mas como alguém pode entender a vida na qual se insere. Enquanto governos autoritários ganham força, movimentos contrários, como os de identidade de gênero e raciais, borbulham em diversos países do globo terrestre. Em meio a contradições e desafios da vida contemporânea, uma série de livros faz refletir sobre esses processos que nos envolvem. Sendo assim, tanto estudantes de filosofia EAD, quanto curiosos pelo tema, podem se inspirar em obras primordiais para entender o mundo atual.
As questões de gênero e racismo aparecem em "Sejamos Todos Feministas”, de Chimamanda Ngozi Adiche; "Necropolítica”, de Achille Mbembe; "A Nova Segregação – Racismo e Encarceramento em Massa”, de Michelle Alexander; e "A Armadilha da Identidade – Raça e Classe nos Dias de Hoje”, de Asad Haider. Essas obras esquentam o debate sobre as dinâmicas sociais e políticas públicas das diferenças na contemporaneidade. No âmbito das desigualdades sociais, "O Capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, torna-se essencial, enquanto "A Morte da Verdade”, de Michiko Kakutani, traz o tópico quente das fake news – tática emergente de políticos de direita – e elucida sobre a engrenagem dessa estratégia. Já "Justiça – O que É Fazer a Coisa Certa”, de Michael J. Sandel, discorre sobre a filosofia política e teorias alternativas de justiça.
Não só de obras atuais fundamenta-se a reflexão sobre a atualidade; os existencialistas do passado se tornam relevantes para se compreender o momento presente. Na onda existencialista, "OU-OU”, de Søren Kierkegaard, aborda os modos de vida que se contrastam entre estéticos e éticos. "O Mito de Sísifo”, de Albert Camus, levanta a questão do absurdo e a percepção de um mundo que não é racional. Já Jean-Paul Sartre, em "O Existencialismo é um Humanismo”, recusa o papel de Deus para dar sentido à condição humana e seus fundamentos morais – a verdade sobre os homens estaria na sua própria humanidade. Friedrich Nietzsche, em seu conhecido "Assim Falou Zaratustra”, no formato ficcional, também declara que Deus já morreu e o homem há de contar consigo mesmo para desenvolver sua moral.
O passeio por obras contemporâneas e de um passado nem tão distante ajuda a interligar os pontos das relações sociais que têm se estabelecido nos últimos tempos. O complexo mundo atual com suas tecnologias e interligações não extingue conceitos operacionais morais e éticos já fundamentados pelos existencialistas. Acontecimentos recentes, bem como dinâmicas político-sociais pelo viés das obras citadas, trazem um feixe de luz para entender um pouco mais por onde a humanidade caminha.