O jornalista Alex Barbosa, da TV Centro América, afiliada da Globo em Mato Grosso, foi detido ontem (12) à noite quando simulava o transporte de cocaína da Bolívia para o Brasil, em uma reportagem para testar a fragilidade do combate ao tráfico de drogas na fronteira do Brasil com a Bolívia.
Barbosa, dois funcionários da Centro América e um motorista boliviano foram detidos em flagrante com 240 quilos de gesso em pó na BR 070, em Cáceres (MT). Eles foram conduzidos à Polícia Federal da cidade e liberados, por volta das 3h de hoje (13), após prestarem depoimentos. O jornalista não considera ter fracassado na reportagem. "Ficamos das 8h da manhã às 8h da noite rodando com esse carro [com falsa cocaína]. Já tínhamos rodado 600 km quando fomos abordados", disse.
Barbosa foi detido por policiais do Gefron (Grupo Especial de Fronteira), unidade da Polícia Militar de Mato Grosso que faz combate ao tráfico por meio de policiamento ostensivo. O jornalista e equipe estavam em dois carros, um Gol e uma Parati, ambos da TV Centro América. Segundo a PM de Cáceres (MT), uma patrulha do Gefron viu os dois carros trafegando pela rodovia os abordou. Os veículos teriam levantado supeita porque estavam "baixos", devido ao peso da carga, segundo a Polícia Militar.
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Em um exame preliminar, a PF constatou que o material que eles transportavam não era entorpecente. A falsa droga estava acondicionada em pacotes semelhantes aos usados por traficantes. Mesmo assim, um inquérito policial foi instaurado, e o material apreendido será analisado por peritos no Setor Técnico-Científico da Polícia Federal em Cuiabá.
Segundo policiais que participaram da operação, Barbosa e o motorista boliviano iam no carro da frente, uma Parati. O boliviano foi contratado porque conheceria bem a região. No veículo de trás, ia um cinegrafista da TV Centro América.
A reportagem não estava sendo produzida para um telejornal específico, mas a Globo no Rio estava ciente e poderia aproveitá-la, se quisesse, no Jornal Nacional. "Era, a princípio, para sair em rede nacional", diz Barbosa.
"Já tínhamos informações sobre a fragilidade da segurança na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia. O efetivo da Polícia Federal na região é pequeno demais. Não tem monitoramento aéreo no Mato Grosso do Sul. O Gefron tem 90 homens para vigiar 900 quilômetros em quatro turnos. A gente estava procurando exemplos dessa fragilidade", afirma.
Segundo Barbosa, ele e sua equipe saíram de Cuibá e foram até Cáceres com os 240 quilos de gesso. De lá, rodaram até a fronteira da Bolívia e voltaram para Cáceres novamente, onde almoçaram. Após captar imagens e gravar passagens, retornavam para Cuiabá, à noite, quando foram abordados pela polícia. "A gente passou pelos três vezes pelos mesmos pontos. Mostramos postos da Polícia Rodoviária vazios", conta.
(com informações dos site UOL)