Ao longo de sete dias, uma petição online coletou mais de 30 mil assinaturas pedindo à Band a retirada do "Pânico" da programação. A meta do abaixo-assinado virtual e conseguir 700 mil assinaturas, número um pouco maior do que já se tem.
O motivo da petição foi a (com aspas) "reportagem" do programa durante a Comic Con, exibida no último dia 6. Naquela ocasião, como foi amplamente divulgado, um "repórter" do programa lambeu uma entrevistada. "Não faz isso. Não tem a menor graça", chegou a pedir, sem sucesso, a jovem.
Considero que a pressão de espectadores sobre emissoras e patrocinadores é uma forma legítima e democrática de manifestar oposição a conteúdos veiculados. Faz parte do jogo. Cabe ao outro lado, neste caso, à Band, saber administrar este tipo de pressão – no famoso episódio da piada de Rafinha Bastos, a emissora fraquejou e afastou o apresentador.
A petição recorda o histórico de inconvenientes do "Pânico": "Já faz um tempo que o programa faz incentivo ao bullying e ao assédio físico e moral seja dos entrevistados, participantes e até mesmo telespectadores". Não acho que isso justifique o fim de um programa, mas entendo a reclamação.
O problema maior do "Pânico" hoje, creio, é não conseguir oferecer nada além deste tipo de constrangimento. Como bem observou Leandro Sarubo em seu blog, o humorístico da Band deixou de lado o que sabia fazer de melhor, um olhar crítico e irônico sobre o mundo das celebridade e da televisão, por ações pouco inspiradas, realizadas por produtores muito jovens, "artificiais, ocos e desesperados pela fama".
A petição online contra o "Pânico" é capaz até de provocar uma onda de simpatia pelo programa. Mas acho que ela tem a função, também, de fazer a cúpula do humorístico refletir um pouco sobre os seus passos atuais e a necessidade de encontrar novos caminhos.
(com informações do site UOL)