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Paranaense ganhador de Jabuti vê desconforto em prêmiação

31 out 2012 às 12:20

O escritor maringaense Oscar Nakasato, vencedor do Prêmio Jabuti com o romance 'Nihonji' (Benvirá) vê com muita tristeza a denúncia de manipulação da premiação feita pela editora Objetiva. Em entrevista a Veja online, ele declarou que o que deveria ser motivo de alegria, se tornou um pesadelo. "Estou sentindo um grande desconforto em função das notas. Eu deveria estar contente com esse prêmio (...) A minha responsabilidade aumentou demais. Vou ter de fazer um segundo romance muito, muito bom para provar que tenho competência", disse ele à publicação.

Segundo a editora, na apuração, o romance Infâmia, de Ana Maria Machado, ganhou nota zero do jurado C depois de ter recebido 10 e 9,5 dos outros dois jurados - seus nomes só serão revelados na noite da premiação, em 28 /11.


"Estar envolvido em uma polêmica com a Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras, e outros grandes escritores é complicado… É um peso muito grande para mim.", complementou Nakasato. "Dar nota zero ou perto disso para um finalista do Jabuti, como a Ana Maria Machado, que havia ficado entre os dez indicados ao prêmio de melhor romance, é desproporcional", sentencia.


A editora quer saber se quando o jurado C definiu o seu voto no último escrutínio, ele tinha conhecimento dos votos dos demais jurados na fase anterior. Pergunta ainda se o jurado teria atribuído a mesma nota zero ao romance em todas as rodadas de votação.


"Ao se confirmarem essas informações, fica evidente uma manipulação do resultado por parte de um dos jurados. Seu voto, em vez de refletir uma avaliação qualificada de cada uma das obras finalistas, pode evidenciar a determinação de eleger uma obra a qualquer custo", escreveu o presidente do editora, Roberto Feith.

Segundo a Câmara Brasileira do Livro, já na primeira etapa o jurado C não votou em Ana Maria. "Foi tudo feito dentro do regulamento, mas eu não chamaria este jurado de novo. Vamos melhorar o regulamento", cometa Mansur Bassit, diretor executivo da CBL.


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