Fechado há quase um ano, o Museu da Língua Portuguesa só deve reabrir as portas ao público no fim do primeiro trimestre de 2019. As dependências do museu, no histórico prédio da Estação da Luz, na região central da capital paulista, foram destruídas em um incêndio no dia 21 de dezembro do ano passado, mas apenas hoje (12) os termos para a reconstrução foram assinados entre o governo do estado, o Ministério da Cultura e a iniciativa privada.
Até agora foram refeitas só as partes estruturais, que eram emergenciais, e custaram R$ 3 milhões. De acordo com o governo de São Paulo, a reconstrução foi estimada em R$ 65 milhões, dos quais R$ 34 milhões serão aplicados por meio do resgate do seguro contra incêndio do museu. Já os investimentos da iniciativa privada somam R$ 36 milhões. Além dos R$ 3 milhões da obra emergencial, outros R$ 2 milhões foram aplicados na manutenção do museu.
O projeto de restauração do Museu da Língua Portuguesa teve que ser submetido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ao Conselho de Defesa do patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Pelo projeto, deverão ser mantidas as fachadas do prédio da Estação da Luz, com a recuperação e reconstrução das esquadrias de madeira afetadas pelo incêndio.
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Participam do empreendimento, além dos governos estadual e federal, a Fundação Roberto Marinho, e os grupos EDP, Itaú e Globo e a empresa de consultoria Granito & Partners.
Na cerimônia de assinatura dos termos entre os parceiros, chamado de Aliança Solidária, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou a importância de se resgatar o museu, que foi o primeiro do mundo no gênero e recebeu 4 milhões de visitantes em dez anos de funcionamento. Atualmente, as atividades do museu são promovidas por meio de exposições itinerantes.
Lei Rouanet
Para o ministro da Cultura, Roberto Freire, o Museu da Língua Portuguesa representa a "modernidade e o futuro". Freire disse que o país precisa de incentivos financeiros para estimular a cultura, mas voltou a defender mudanças na Lei Rouanet. Algumas, segundo ele, já estão em andamento, seguindo um critério mais apurado na avaliação das propostas financiadas e melhor fiscalização dos recursos.
"Sem a Lei Rouanet não haveria Museu da Língua Portuguesa e sem a Lei Rouanet não estaríamos aqui assinando os termos para a recuperação do terrível incêndio".
Segundo Freire, "incentivar os shows [musicais] faz parte da identidade e deve continuar, mas isso não deve ser prioridade".
O ministro disse que pretende convidar empresários e grandes investidores para parcerias para evitar o fechamento de bibliotecas e outros bens culturais, como o Teatro Nacional de Brasília, de portas fechadas desde janeiro de 2014. "É uma demonstração de descaso com equipamentos e bens culturais. Isso não pode ocorrer e estamos tentando trabalhar o mais rápido possível para que retomemos e tenhamos o teatro reaberto."