Sobre racismo
'Não quero ser eu. Eu quero ser você'. Este é o tema da conversa sobre a inveja com a psicóloga Sônia Lunardon Vaz que será realizada neste sábado, (16), às 11 horas, no Sesc Cadeião.
A realização é da Rádio UEL FM, em parceria com o Sesc. É o segundo programa da série 'Modos de Vida e as Transformações do Presente'. O primeiro programa foi gravado em março e veiculado em abril na rádio. Está disponível no site da rádio.
O projeto da UEL FM busca refletir sobre temas contemporâneos e propõe transformar o auditório do Sesc Cadeião em um estúdio de rádio. A conversa tem uma hora de duração, com a participação do público, que contribui com perguntas e questões para os convidados.
Sônia Vaz investiga as raízes da palavra inveja; traz embasamento teórico em Freud, Carl Gustav Jung e Melanie Klein sobre esse sentimento; apresenta exemplos históricos e também contemporâneos para tratar desse afeto.
Segundo a pesquisa que ela apresenta sábado, a origem latina da palavra inveja é "invidere", que significa "não ver".
Em sua obra mais conhecida, A Divina Comédia, Dante Aligheri põe os invejosos no purgatório, retratados com olhos costurados por arame para expurgar o pecado de não se enxergar e, ainda assim, denegrir a beleza do outro.
Sônia também lembra Otelo, de Shakespeare, em que a inveja causa destruição e morte através da intriga. A história foi escrita em 1603. Otelo é um general que promove Cássio a tenente. Iago, o suboficial, se sente traído por desejar ter sido ele o promovido. Por inveja, semeia discórdia entre o casal Otelo e Desdêmona. Otelo estrangula a mulher e depois, ao saber do erro e da injustiça que cometeu, crava um punhal em seu próprio peito.
A psicóloga também traz exemplos contemporâneos. Como do seriado Doc Martin, no Netflix, sobre o médico cirurgião com fobia a sangue. Martin não foi desejado pela mãe. Nas férias ela o mandava para a casa de uma tia, que se afeiçoou ao menino. Quando percebeu que mantinham um vínculo de amor, a mãe de Martin deu um jeito sorrateiro e carregado de intrigas de destruir essa relação. Ela não o amava e ninguém teria sua permissão para amá-lo.
A convidada Sônia Lunardon Vaz é psicóloga com atuação em Londrina e Curitiba há 22 anos; especialização em psicologia analítica junguiana e psicoterapia corporal. Colunista do Bonde desde 2008, Sônia disse que sempre sentiu necessidade de comunicar a psicologia. No final dos anos 80, em Maringá, participava toda semana de um programa de TV, além de escrever para jornais em Maringá e Paranavaí. Já nos anos 90, em Londrina, tinha um quadro semanal no programa do Zezão, na Rádio Paiquerê AM, onde interpretava sonhos.
O programa que será gravado com Sônia Vaz neste sábado, às 11 horas, tem entrada franca, mas é necessário retirar o convite uma hora antes, no Sesc Cadeião. A sala de espetáculos tem capacidade para 55 lugares. O Sesc Cadeião fica na rua Sergipe, 52.