O historiador e professor Arno Wehling será o sucessor do poeta Ferreira Gullar na Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele foi eleito na tarde desta quinta-feira (9), por 18 votos, superando o poeta e filósofo Antonio Cícero, que também postulava a cadeira e teve 15 votos. A Cadeira 37 estava vaga desde a morte de Gullar, em dezembro do ano passado. Votaram 23 acadêmicos presentes e 11 por cartas, e foi registrado um voto em branco.
Carioca, de 70 anos, Wehling é o atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Graduado em história pela então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em direito pela Universidade Santa Úrsula, tem doutorado e livre docência em história ibérica, ambos pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado pela Universidade do Porto, em Portugal.
Com nove livros publicados, o novo acadêmico desenvolveu sua atividade intelectual como historiador e ensaísta, sobretudo nos campos da epistemologia das ciências humanas, da história das ideias políticas e jurídicas e da história do direito e das instituições. Entre seus trabalhos, incluem-se estudos sobre aspectos epistemológicos relacionados à história nas obras de filósofos como Tocqueville, Kant, Goethe, Nietzsche e Ortega y Gasset, além dos brasileiros Varnhagen, Capistrano de Abreu e Silvio Romero
Homem de academia
Toda a atividade profissional de Wehling está centrada no âmbito universitário, onde foi professor titular de teoria e metodologia da história da UFRJ e de história do direito e das instituições da UniRio, na qual é professor emérito. Como docente e pesquisador, atuou na implantação e desenvolvimento dos programas de pós-graduação em história da UFRJ e da Unirio.
Com a eleição de Arno Wehling nesta quinta-feira, e de João Almino, ontem (8), a Academia Brasileira de Letras volta a ficar com seu quadro de 40 membros completo. Foram quatro as vagas abertas em 2016, em consequência do falecimento de acadêmicos, mas duas Cadeiras já haviam sido preenchidas no ano passado, a de número 40, pelo economista Edmar Bacha, e a 24, pelo poeta Geraldo Carneiro.