A edição do "CQC" que foi ao ar na noite desta segunda-feira (24) exibiu uma reportagem comandada por Juliano Dip em Matinhos, cidade do interior do Paraná.
Acompanhado de cinegrafista e produtor do programa da Band, o jornalista abordou a falta de vagas em creches no quadro "Proteste Já". A pauta, porém, não ficou restrita a ouvir moradores e autoridades locais. A presença da equipe do "CQC" virou caso de polícia, com agressão aos integrantes da atração e até perseguição.
Antes mesmo de chegar à prefeitura para tentar conversar com o prefeito Eduardo Dalmora (PDT) sobre a situação da educação infantil no município, inclusive com creche com estrutura finalizada não sendo entregue à população, Dip percebeu algo estranho: a equipe do "CQC" estava sendo acompanhada de perto por um grupo que estava em um carro Escort azul. "A gente lembra que perseguição é crime", disse o jornalista que, de início, tentou sem sucesso conversar com os perseguidores. "A prefeitura contrata segurança contra a imprensa?", questionou o repórter.
Na prefeitura de Matinhos, o integrante da atração entrou com a placa da obra que sinalizava 2012 como o prazo para uma creche a ser entregue, mas que ainda não está em funcionamento. No espaço, entretanto, a reportagem ficou frente a frente com o quarteto responsável pela perseguição. Atuando como "capangas", conforme definiu o repórter, os homens impediram que a equipe se dirigisse ao gabinete do prefeito, que nem estava na cidade.
Um dos perseguidores chutou Dip e ameaçou resolver a situação "no pau", enquanto outro deu socos no cinegrafista, que mesmo com todas as dificuldades, conseguiu filmar com detalhes o ocorrido.
Além da agressão, Dip cobrou ação por parte dos policiais que estavam no prédio da prefeitura. Apesar de um dos "capangas" fazer ameaças à equipe do "CQC" ao lado de um policial, nenhuma atitude foi tomada pelas autoridades, que também fugiram das perguntas do jornalista. Diferentemente do que os perseguidores afirmaram, a secretária de administração de Matinhos, Miriam Zaninelli, confirmou que o grupo que seguiu a reportagem é composto por funcionários da prefeitura.
Perseguido, alvo de chute e ameaças e sem ter recebido respostas convincentes em relação à falta de vagas em creches, Juliano Dip, o produtor e o cinegrafista do programa deixaram a cidade paranaense, mas com a possibilidade de retorno em aberto: "Vamos embora de Matinhos, cidade a 150 km da capital do estado do Paraná, com a sensação de estarmos vivendo um período que não é o de hoje, mas o de épocas mais obscuras. E toda essa confusão só porque fomos buscar respostas para mães e pais".
"Imagina o dia em que o 'Proteste Já' voltar a Matinhos para falar sobre corrupção? Esse dia vai ser louco", completou Dip.
Nos números de audiência da Grande São Paulo, o "CQC" teve picos de 4 pontos com a exibição da matéria, conseguindo fechar com média consolidada de 3 pontos.
Veja a reportagem:
(As informações são do site Na telinha)