Exatos quatro anos após ter sido atingido por um incêndio, o Cine Teatro Ouro Verde registra sua infraestrutura totalmente recuperada e concluída, e fachada já restaurada, incluindo o tradicional letreiro, com o retorno das cores verde e vermelha das folhas e fruto do café. Aos poucos, o projeto do renomado arquiteto Villanova Artigas volta a ganhar a merecida imponência que marcou as últimas seis décadas deste patrimônio histórico, palco londrinense de todas as artes. A cobertura, bem como as instalações das redes elétrica e hidráulica, também está finalizada.
Outra fase vencida na obra de recuperação foi o reforço na estrutura interna, inclusive do mezanino do teatro, onde serão posteriormente instaladas poltronas. Foram também realizados testes de carga, que apontaram que a estrutura tem boa estabilidade. Segundo o engenheiro e Diretor de Obras da Prefeitura do Campus (PCU) da UEL, Rafael Fujita, a partir de agora o foco passa a ser o acabamento: do sistema de ar condicionado e de todo o aparato que garantirá o revestimento acústico à instalação das poltronas. "É isto que estamos executando neste momento", afirmou o engenheiro.
O sistema de vedação do som será feito de acordo com as normas técnicas, com direito a uma camada em gesso acartonado e revestimento em madeira lambri, conforme o projeto original. A ideia é manter a aparência do velho teatro, inaugurado em dezembro de 1952, garantindo a segurança do público e atendendo a necessidade de artistas que futuramente farão uso do maior templo cultural de Londrina.
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Segundo o engenheiro, a Regional Planejamento e Construções Civis, empresa responsável pelas obras do Ouro Verde, deve concluir um novo cronograma até o final de março. Por ora, e caso não ocorram novos imprevistos, a expectativa é de que a reconstrução possa estar concluída em meados de 2017.
Para o diretor da empreiteira responsável, José Pedro da Rocha Neto, a reconstrução, iniciada em janeiro de 2014, com investimento previsto de R$ 12,6 milhões, registrou vários desafios. Dentre eles, a restauração da fachada do prédio, que tem acabamento em pastilha das cores verde e azul. Segundo o construtor, como o material é antigo, não foi possível encontrá-lo no mercado. A solução encontrada foi a doação, por parte da Prefeitura de Londrina, que cedeu o material, a partir da reforma do prédio da Secretaria Municipal de Cultura, localizado no centro de Londrina.
Para viabilizar a restauração, operários retiraram as pastilhas do prédio municipal para, em seguida, transferi-las para a fachada do teatro. Foi preciso paciência para retirar, lavar as peças e depois assentá-las na parte frontal do Ouro Verde. O antigo letreiro também já foi instalado. Os testes de luz terão início já nos próximos dias.
A cobertura e as instalações das redes elétrica e hidráulica também já foram finalizadas.
As obras foram retomadas em setembro do ano passado, depois de um período de paralisação por falta de repasse de recursos por parte do governo estadual.
O incêndio
O incêndio atingiu o Cine Teatro no dia 12 de fevereiro de 2012, por volta das 15h30. De acordo com informações do vigia do prédio, o incêndio teve início no mezanino do Teatro e rapidamente atingiu o teto. Imediatamente, o Corpo de Bombeiros foi acionado e 20 homens da corporação começaram a combater o incêndio que foi controlado cerca de quatro horas depois.
Apesar do incêndio de grande proporção, muitos equipamentos foram preservados como, por exemplo, os três pianos que estavam no hall do teatro. Equipamentos de luz e som também não foram atingidos pelo incêndio, assim como os instrumentos musicais da Orquestra Sinfônica da Universidade (Osuel), que estavam guardados no prédio da Casa de Cultura da UEL.
Novo Ouro Verde
O prédio foi inaugurado em dezembro de 1952, com projeto arquitetônico de Vilanova Artigas e adquirido pela Universidade Estadual de Londrina em 1978. Em 1999 foi tombado pelo patrimônio histórico estadual.
Com a reforma, Cine Teatro vai ganhar estrutura moderna e arrojada, mas sem prejudicar a antiga arquitetura. Os projetos seguem rigorosamente as recomendações técnicas da Coordenação do Patrimônio Cultural e Histórico do Paraná e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Devido ao aumento no tamanho do palco, aproximadamente um metro, houve uma redução no número de cadeiras. A redução de assentos de 853 para 790 também foi necessária para atender às normas vigentes com relação às cadeiras para obesos, espaço para deficientes físicos, escadas na lateral do palco, plataformas para garantir a circulação dos cadeirantes e elevador monta-cargas nos fundos do Teatro.
Além das poltronas, do carpete, madeira do palco e do forro, também o revestimento das paredes e adornos internos serão trocados por materiais de melhor qualidade. O projeto ainda prevê novos dispositivos de segurança e de sinalização no local.