Ana Hickmann, 42, afirmou que as brigas verbais com seu ex-marido, Alexandre Correa, eram comuns, até culminar na agressão física sofrida por ela no último dia 11 de novembro, quando denunciou o empresário por violência doméstica.
A apresentadora contou, pela primeira vez, detalhes do ocorrido em entrevista ao Domingo Espetacular (RecordTV). Ana afirmou que Correa "foi um covarde e um canalha", que o empresário queria ter "domínio" na vida das pessoas ao seu redor, além de ser uma pessoa "tóxica" e "muito preconceituoso".
Ana Hickmann explicou que a confusão começou após o almoço, naquele sábado (11). Ela afirmou que já chorou muito e sente como se estivesse esgotado seu "estoque de lágrimas".
Leia mais:
Filho do casal, Alezinho, presenciou parte da agressão sofrida por Ana.
"Ele [Alexandre] começou a reclamar de que eu não tinha o direito de falar com meu filho [sobre os problemas financeiros enfrentados], que a gente não ia perder nada, que eu era louca, que tava traumatizando o menino. Admitir os problemas ele não gostou e nisso a briga começou ficar mais acalorada, o Alezinho começou a gritar, pedindo 'parem', porque essas brigas verbais eram constantes dentro de casa. O Alezinho correu para a piscina, o Alexandre seguiu o Alezinho, falando 'sua mãe é louca, ela tem que parar com isso'. E eu [falando] 'para com isso, você está criando mais uma vez uma mentira', e aí o negócio começou a esquentar, foi onde eu pedi para a empregada levar o Alezinho para a parte de trás da casa".
SOBRE AS AGRESSÕES
"Ele começou a perder o controle mais ainda e eu comecei a gritar, pedindo socorro. 'Socorro, chama a polícia!' Nessa, eu comecei a me desvencilhar dele e eu fiquei com muito medo. Minha cozinha tinha uma porta de correr e quando eu fui fechar, começamos a brigar. Quando ele viu que eu não ia largar a porta, ele bateu com toda força e fechou a porta na parte do meu cotovelo [...] Nisso, eu sentei na mesa e eu não mexia mais meu braço, não conseguia mais ter movimento. Ele ia em direção à cozinha, ele ia pular a janela e ele só parou quando eu liguei 190 e a policial atendeu do outro lado. Ainda bem que existe 190, porque se eu não tivesse ligado, ele teria entrado por aquela janela e eu não sei o que teria acontecido".
RELAÇÃO TÓXICA
"Era tóxica há bastante tempo. Tentei me desvencilhar algumas vezes, mas as pessoas ao meu redor tentavam te convencer que você [eu] estava errada. O Alexandre sempre teve um temperamento muito difícil. Explosivo. Nunca tinha sido 'físico' comigo. Mas explosivo, de falar. Acabei me acostumando a ouvir muitas coisas e as pessoas ao nosso lado também. Quem tava ao meu redor dizia que eu tava louca, que eu não podia fazer isso. 'Você tá louca, ele te ama, ele tá fazendo tudo para proteger vocês'. Eu me acostumei com o jeito dele e depois eu vi que não existia mais amor ali, era um grande negócio".
Casamento desgastado. "Ele controlava minha agenda para qualquer coisa e não falo só de trabalho. Determinava dia de academia, médico. No dia 1º de janeiro deste ano, olhei para ele e falei: 'chega, eu não sou um objeto. Marido e mulher aqui não existe mais'. Tirei ele do meu quarto, tirei a aliança da minha mão. As pessoas estavam tão acostumadas com aquilo que não perceberam".
ANA DIZ TER PROVAS
"Não posso entrar em detalhes, porque a investigação corre sob sigilo. O que eu posso dizer é que na quinta que antecedeu a agressão na minha casa, eu encontrei documentos, cheque, muita coisa. Tinham assinaturas que tenho certeza que não são minhas. Existe uma grande investigação de fraude, desvio e falsidade ideológica. É a única coisa que posso falar por enquanto".
A apresentadora ainda revelou que pretendia trabalhar menos nos próximos anos, pois achava que estava bem financeiramente. "Eu pensei: 'vou poder viver tudo que sempre sonhei, trazer minha família para perto, por mais que ele tentasse sempre tirar todo mundo de perto de mim".
Ana também comentou que viu de perto a agressão em sua casa, quando era criança. Durante a entrevista, a apresentadora revelou que seu pai nunca esteve ao seu lado porque agredia sua mãe e mostrou cicatriz que tem na mão. Hickmann contou que esse foi o motivo de ter saído tão cedo de casa e que sua mãe sempre foi seu grande exemplo.
Sem apoio. Ana contou que, mesmo após a denúncia, não recebeu apoio das pessoas ao redor. "Muitos depois daquela ligação tentaram me convencer de não ir para a delegacia, no dia seguinte também. Agora entendo porque muitas chegam a ir à delegacia, prestam queixa e voltam atrás. Não é só por medo do agressor, é porque as pessoas te fazem fazer isso". Ana ressaltou que muitos tinham medo de Alexandre e que ele o afastou de muitas pessoas.
Ana disse estar aliviada por ter exposto a agressão sofrida e que não tem medo do futuro. "Eu sou de família humilde, vim do nada".
Questionada sobre o filho, a apresentadora comentou que ele tem chorado muito, mas sabe que os pais estão se divorciando. Ela espera que sua história dê coragem para outras mulheres que também sofrem agressão. Emocionada, disse: "Quero que as pessoas saibam que eu vou continuar, cada vez mais verdadeira... Queria muito que esse pesadelo acabasse logo, mas eu sei que não vai. Mas eu ainda vou contar outro final dessa história".
Carolina Ferraz também se emocionou durante a entrevista. O Domingo Espetacular ainda exibiu uma nota de defesa e disse que o empresário não possui arma de fogo e nunca agrediu ou ameaçou Ana Hickmann.
A equipe jurídica do empresário ainda afirmou que a inocência vai ser provada ao fim do processo e que o filho é a única vítima. O programa também mostrou raio x do cotovelo de Hickmann e um laudo que confirmou que a apresentadora sofreu lesões corporais leves.
Neste domingo (26), em entrevista à Quem, Alexandre Correa negou as falas de Ana Hickmann, e alegou que a apresentadora estaria alcoolizada no dia da briga. "Então, no dia, a discussão se tornou acalorada pelo destempero emocional que Ana Hickmann estava em função de ter tomado quase uma garrafa de vinho inteira. Eu, em nenhum momento, a pressionei e ameacei dar cabeçada, mesmo porque isso é uma tremenda de uma bobagem", disse.