Alunos do curso de medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro), em São Paulo, provocaram revolta ao correrem de calças arriadas e e simularem masturbação durante uma partida de vôlei feminino. As imagens teriam sido registradas entre abril e maio de 2023, em um torneio desportivo universitário em São Carlos (SP), mas só agora vieram à tona.
Os vídeos viralizaram no último domingo (17) em um vídeo reproduzido do perfil do Instagram @am.morelli - que estava desativado às 17h44 desta segunda-feira (18) - e provocaram revolta e pedidos de retratação por parte da entidade.
Na ocasião, a Atlética do curso de medicina do Centro Universitário São Camilo disputava o torneio CaloMed, entre 28 de abril e 1º de maio. Após as atletas de vôlei serem derrotadas pelo time da Unisa, “alunos daquela Universidade, tendo saído vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra”, afirma a assessoria de imprensa do Centro Universitário. Naquele momento, não foi registrada nenhuma denúncia por parte das alunas referente à importunação sexual, informa a nota oficial.
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O órgão de comunicação da instituição de ensino ainda manifestou “solidariedade e apoio às suas alunas e repudia quaisquer atos que possam atentar contra as mulheres e a dignidade humana”.
A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Unisa, que também não havia se manifestado por meio de suas redes sociais até as 17h30 desta segunda-feira (18).
Repercussão nas redes
A divulgação das imagens provocou reações de instituições e de personalidades nas redes sociais. Um dos que cobrou um posicionamento da instituição é o influenciador digital Felipe Neto, em sua conta de mais de 16 milhões de seguidores no X (antigo Twitter), que cobrou providências em uma publicação que reproduz o vídeo em questão.
Olá @UnisaOficial - o Brasil está esperando o posicionamento de vcs quanto aos alunos de medicina q se masturbaram publicamente nos jogos universitários, cometendo crimes.
A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?pic.twitter.com/5tg0Qxp3EhPublicidade— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) September 17, 2023
A deputada federal do Parnaá e presidente nacional do PT, Glerisi Hoffmann, também lamentou a cena, que classificou como "expressão máxima do machismo e misoginia".
Cena deprimente dos estudantes de medicina de universidade em SP. É a expressão máxima do machismo e misoginia, misturados com ignorância. Que médicos serão esse tipo de gente?! Deviam ser expulsos do curso.
Publicidade— Gleisi Hoffmann (@gleisi) September 18, 2023
A UNE (União Nacional dos Estudantes), na mesma rede social, classificou a atitude dos universitários como “absurda” e cobrou a responsabilização pelos atos para que episódios semelhantes não se repitam.
Absurdas as cenas dos alunos de medicina da da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino.
— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES 🎓✊🏿 (@uneoficial) September 18, 2023
Não podemos tolerar que casos como esse continuem…
O Ministério das Mulheres também cobrou os “rigores da lei” em relação às atitudes dos universitários que abaixaram suas calças durante uma partida esportiva feminina. “Em parceria com o @min_educacao, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs”, continuou no X.
Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas — elas devem ser combatidas com o rigor da lei.
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) September 18, 2023