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Educação e tecnologia

Startup oferece curso gratuito de IA e almeja 1 milhão de alunos

Alex Sabino - Folhapress
13 jan 2025 às 20:00

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- Pixabay
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Junior Borneli, 43, pede que o ensino de inteligência artificial seja uma questão de estado. E que isso aconteça com urgência.


"Capturar a principal janela de oportunidade quando surge é fundamental. É muito curta essa janela. Se a gente demora muito perde uma grande chance, a de ser relevante no presente", afirma.

Ele é CEO e fundador da StartSe, empresa de educação executiva com sede no Brasil e operações nos Estados Unidos e China. A companhia criou o Movimento IA Brasil, com a meta de oferecer cursos gratuitos de Inteligência Artificial, em diferentes níveis, para 1 milhão de pessoas.

Lançado em novembro do ano passado, o programa, aberto para qualquer interessado, reuniu 12 mil alunos desde então. Para incrementar o número, a StartSe busca parcerias e patrocínios de outras empresas. A primeira foi a IBM, que vai oferecer as aulas aos seus funcionários.

Especializada também em treinamento, oferece programas de imersão para executivos em lugares como Vale do Silício, nos Estados Unidos, e na China, e cursos de lideranças. A empresa afirma ter treinado 50 mil pessoas em 2024.

Ela leva executivos para quatro hubs no exterior para que vivam experiências de tecnologias de ponta com empreendedores locais. São viagens a cada 15 dias para a China. Para o Vale do Silício, são semanais.
Borneli acredita que o número de 1 milhão é viável por meio das parcerias com outras companhias que podem oferecer e divulgar o curso para seus colaboradores.

"[IA] É a maior inovação tecnológica de todos os tempos. Supera a Revolução Industrial e agrícola. É assunto de soberania nacional e alvo de políticas públicas. Quem tem acesso a IA são as pessoas que produzem mais e se desenvolvem mais rapidamente", afirma.

Em julho do ano passado, o governo federal anunciou uma proposta para o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028. Os investimentos previstos, segundo o Executivo, são de R$ 23 bilhões. A ideia é criar infraestrutura de alto processamento tecnológico e desenvolver modelos de IA em português que reflitam as características culturais e linguísticas do país.

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O Ministério da Educação participa com planos para criação de cursos de graduação e pós-graduação na área, aulas técnicas para professores e servidores públicos, assim como fomento à pesquisa.

Em setembro passado, o Piauí foi o primeiro estado do país a implementar o ensino de IA para os alunos do 9º ano do ensino fundamental e em três séries do ensino médio.

"Chamamos isso de uma nova alfabetização. A IA pega tudo o que a gente sabia fazer nos últimos 40 anos e muda completamente a mecânica disso. Quem continua fazendo do jeito que sempre fez vai ser menos produtivo, ganhar menos e ter mais dificuldade no seu negócio. Não é se proteger para não ficar para trás. É exponencializar para ser muito mais relevante", opina Borneli.

Os cursos disponíveis pela StartSe têm metodologia que divide as aulas em quatro blocos. No início, se trata de desmistificar a Inteligência Artificial e mostrar que qualquer pessoa pode utilizá-la. O segundo, ensina a usá-la no dia a dia. Depois se trata de como criar aplicações para transformar o que se faz hoje em uma atividade mais produtiva. A última parte da primeira fase programa é atualização de diferentes ferramentas.

A segunda fase, ainda a ser disponibilizada, será dedicada a criar nichos, diz o CEO. Ferramentas direcionadas para determinadas atividades econômicas.

"Funciona como um funil. A gente dá um letramento básico e vamos conhecer mais sobre as pessoas, qual o perfil delas. Na segunda fase, fica mais profundo", completa.

O ensino de IA é aprovado por três em quatro professores, de acordo com pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, publicada em maio de 2024, elaborada pelo Semesp, entidade que representa entidades particulares de ensino superior.

Segundo o estudo, 74,8% dos docentes entrevistados concordam, pelo menos parcialmente, com o uso da IA nas salas de aula. Apesar disso, 39% declararam ter o hábito de usar a tecnologia no ensino.

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