A UEL (Universidade Estadual de Londrina) através do Projeto de pesquisa desenvolvido no CSS (Centro de Ciências da Saúde) está recrutando pacientes acometidos por depressão para tratamento gratuito e possível participação em um estudo internacional.
O estudo prevê utilização de ferramenta tecnológica utilizando IA (Inteligência Artificia), com objetivo de auxiliar na indicação do melhor processo farmacológico.
Em Londrina, deverão ser recrutados 150 pacientes. Todos passarão por consulta médica detalhada. A equipe é composta por dois professores que atuam no Programa de Residência em Psiquiatria da UEL e seis médicos residentes. Além da consulta, os pacientes incluidos no projeto de pesquisa receberão o medicamento gratuito por 12 meses.
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Os interessados devem ter entre 18 e 74 anos, apresentar sintomas da doença, estar ou não em tratamento e concordar em participar da pesquisa. Candidatos podem acessar o formulário online e preencher com suas informações .
O estudo é resultado de um contrato estabelecido entre a UEL, Pontificia Universidade Católica (PUC) Londrina e Universidade de Oxford, na Inglaterra, que prevé a realização de pesquisa clinica e possibilitará o intercambio de estudantes da área médica.
O estudo multicentrico contará, ainda, com pacientes que serão recrutados na Inglaterra e Canadá, totalizando 650 pessoas diagnosticadas com depressão.
O estudo internacional é coordenado pelo professor italiano Andrea Cipriani, da Universidade de Oxford, referencja em análises sobre a eficiència dos antidepressivos.
O médico psiquiatra e professor do curso de Medicina da UEL, Marcos Liboni, que integra o grupo de pesquisa, explica que o estudo e a plataforma são importantes pois possibilitam acesso a uma ferramenta que auxilie na indicação personalizada do melhor antidepressivo e, por consequência, reduza os efeitos colaterais e taxas de desistência ao tratamento.
O professor destaca a criação de uma base de dados com pacientes de três países, todos tratados com antidepressivos. Segundo ele, as informações fornecidas constituem um estudo pragmático para avaliação do tratamento, de forma comparativa.
De acordo com o médico, a depressão acomete hoje 280 milhões de pessoas em todo o mundo, seis milhões no Brasil. Especialistas alertam que, em 2030, a doença deverá ser a maior causa de sofrimento entre pacientes.
Os sintomas clássicos são tristeza por longos períodos, sem uma justificativa, como por exemplo o luto de um parente, associado a perda do prazer em atividades que remetem à alegria. Alguns pacientes apresentam ainda um quadro de ansiedade.
PESQUISA CLÍNICA
A diretora do CCS, professora Andréa Name Colado Simão, comemora a assinatura do contrato com a PUC e a Universidade de Oxford (Inglaterra) como o primeiro documento do gênero para o desenvolvimento de pesquisa clínica na UEL.
Ela explica que o contrato é diferente de um termo de cooperação, uma vez que a Universidade receberá recursos para custeio de medicamentos e bolsas de estudos para pesquisadores e alunos. Em um termo de cooperação ambos os lados atuam de forma colaborativa, enquanto na formalização do contrato está previsto a injeção de recursos externos.
“Acreditamos que é uma oportunidade de fomentar o desenvolvimento de mais pesquisas clínicas na UEL, propiciar a internacionalização dos nossos programas de pós-graduação e trazer recursos para a Universidade, o que ocorre com grandes centros de pesquisa e Instituições de Ensino Superior de grande porte”. disse Andréa.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A proposta do estudo coordenado pelo professor Andrea Cipriani consiste na elaboração de um estudo científico que busca produzir dados que irão alimentar uma plataforma que auxilia no diagnóstico de saúde mental, chamada de “PETRUSHKA”.
Utilizando a IA (Inteligência Artificial), a plataforma é capaz de processar e analisar grandes conjuntos de dados (Big Data) de pacientes do mundo todo. O principal objetivo é auxiliar médicos psiquiatras a escolherem os medicamentos mais adequados para o tratamento da depressão.
O professor Marcos Liboni explica que a pesquisa também abre portas para novos estudos para definição de marcadores biológicos que vão auxiliar na predição de respostas. Em um segundo passo, os pesquisadores pretendem obter os preditores e, em um terceiro nível, a pesquisa buscará os fatores genéticos da doença.
Em Londrina, também estão envolvidos o médico psiquiatra e professor da UEL Diego Augusto Nesi Cavichioli e a dentista, doutora em Farmacologia e docente da PUC-PR Karen Barros Parron Fernandes, atual coordenadora do Núcleo de Apoio ao Pesquisador da AML (Associação Médica de Londrina).