Especialistas em educação e entidades que representam estudantes pelo Paraná têm criticado a estrutura do chamado “Novo Ensino Médio”, que começou a ser implementado no ano passado em todo o Brasil.
No início do mês, o Ministério da Educação abriu uma consulta pública para a discussão sobre a reestruturação da política nacional do ensino médio e uma possível revogação do sistema.
A lei 13.415, aprovada em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), prevê que as escolas ofereçam diferentes itinerários formativos para os estudantes, dentro de quatro grandes áreas: ciências humanas e sociais, linguagens, ciências da natureza e matemática.
O objetivo da mudança, de acordo com o texto, foi aproximar o conteúdo escolar da realidade vivida pelos alunos atualmente.
Para a doutora em Educação, Monica Ribeiro da Silva, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora do Observatório do Ensino Médio, o novo modelo traz um verdadeiro empobrecimento da formação da juventude que cursa essa etapa educacional.
“A lei estabeleceu que apenas Língua Portuguesa e Matemática são disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio. Uma língua estrangeira é obrigatória (Inglês), mas não há carga horária mínima estabelecida. A lei também retirou a obrigatoriedade das disciplinas de Filosofia e Sociologia, estabeleceu que parte da carga horária pode ser ofertada à distância [...] Como se vê, o Novo Ensino Médio traz um imenso prejuízo para os estudantes, especialmente para os que estão na escola pública, a imensa maioria: 85 % das matrículas no ensino médio brasileiro se encontram nas redes estaduais de ensino”, considera.
A implementação integral do plano está prevista para 2024. Entre as alterações, está a possibilidade de o estudante escolher quais disciplinas quer cursar.
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