A USP (Universidade de São Paulo) planeja voltar com as aulas presenciais em 4 de outubro para os alunos e professores que tiverem recebido as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Para o retorno presencial, a reitoria informou que vai exigir a apresentação do cartão de vacinação de todos os membros da comunidade acadêmica. Eles só poderão voltar 14 dias após terem recebido a segunda dose ou dose única.
Unesp e Unicamp também avaliam a volta das aulas presenciais quando todos estiverem completamente vacinados, mas ainda não definiram data.
Leia mais:
CNU: sai nesta segunda-feira convocação de candidatos negros
Contestado estudo que popularizou hidroxicloroquina contra Covid é 'despublicado'
CNU divulga revisão das notas da prova discursiva e redação; saiba como consultar
Em Londrina, professores da rede municipal lançam livro sobre educação patrimonial nesta quinta
As universidades já estão autorizadas a ofertar aulas presenciais no estado de São Paulo, com até 60% da capacidade para todos os cursos. As três instituições estaduais, no entanto, optaram por esperar até que todos os alunos estivessem imunizados.
Ainda que já tenha definido data para o retorno das aulas, a reitoria da USP destaca que as unidades têm autonomia para definir se vão exigir a frequência dos alunos, quais e quantas disciplinas serão ofertadas dessa maneira. Elas podem optar por continuar oferecendo atividades no modelo remoto ou híbrido.
A orientação da reitoria é que, mesmo a partir de 4 de outubro, continuem sendo priorizadas as aulas práticas no retorno presencial.
O segundo semestre letivo da USP começa no próximo dia 16 de agosto ainda com aulas remotas.
Além da preocupação sanitária, os reitores das universidades também temem que o retorno presencial possa prejudicar financeiramente os estudantes. Eles teriam de voltar a arcar com custos de transporte ou moradia na cidade em que estudam.
Por isso, avaliam que a volta precisa ser bem planejada e com tempo hábil para que os estudantes possam se reorganizar. Nas universidades estaduais, a maior parte dos alunos é de outras cidades.
Os dirigentes também afirmam que, mesmo com toda a comunidade acadêmica vacinada, será preciso fazer reformas e modificações em espaços das universidades para garantir o distanciamento.
A maioria dos prédios de universidades públicas têm salas de aulas feitas para receber mais de 80 alunos, muitas com poucas janelas. Há o temor também com espaços coletivos, como bibliotecas e restaurantes universitários.
Além das universidades públicas, a maioria das faculdades particulares também optou por não retomar as atividades presenciais em agosto. A direção dessas instituições avaliou ser mais seguro esperar a vacinação dos estudantes.
Apesar de a USP ter anunciado o retorno para o dia 4 de outubro, é possível que muitos estudantes, sobretudo aqueles mais jovens, ainda não estejam completamente vacinados nessa data.
O governo de São Paulo prevê ter toda a população com mais de 18 anos com ao menos uma dose da vacina até o início da próxima semana. Isso significa que, a depender do imunizante que receberem, a vacinação só estará completa em novembro.
Em 18 de agosto está programado o início da imunização de adolescentes com comorbidades. A previsão é de que todos acima de 12 anos tenham recebido a primeira dose até 12 de setembro.
A vacinação de adolescentes depende da chegada de doses da Pfizer, único imunizante autorizado no país para ser aplicado nessa faixa etária. O envio dessas vacinas levou a imbróglio entre o governo paulista e o Ministério da Saúde.