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UEM é primeira universidade estadual do Paraná a ter cátedra da Acnur para refugiados

15 ago 2024 às 13:25
A UEM (Universidade Estadual de Maringá ) é a primeira das IESS (Instituições Estaduais de Ensino Superior) e a segunda universidade pública do Paraná a ser aprovada pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) para criar a CSVM (Cátedra Sérgio Vieira de Mello), iniciativa instituída pela agência da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2003 para promover educação, pesquisa e extensão acadêmica voltadas à população refugiada no Brasil.


A iniciativa vem garantindo o acesso de refugiados a direitos e serviços no país por meio de parcerias com instituições universitárias públicas e privadas. O protocolo de intenções entre a UEM e o Acnur será assinado nos próximos dias. A iniciativa do projeto recebeu o nome de Sérgio Vieira de Mello em homenagem ao brasileiro que morreu no Iraque em 2003 em um atentado à sede da ONU naquele país, depois de passar grande parte de sua carreira profissional trabalhando com pessoas refugiadas como funcionário do Acnur.


O diretor do ECI (Escritório de Cooperação Internacional), professor Marcio Cassandre, responsável pela proposta enviada ao Acnur, considera que este é mais um passo para a consolidação de ações de educação superior para os refugiados de Maringá e região. “A participação da UEM no grupo de universidades vinculadas à Cátedra abre diálogo com experiências já consolidadas e possibilidades de acesso a recursos e trocas de conhecimentos com novos parceiros”, avalia.


Para o reitor da UEM, Leandro Vanalli, a aprovação pelo Acnur demonstra que a universidade está atuante no cumprimento dos três pilares: ensino, pesquisa e extensão. 


“Participar dessa importante iniciativa está alinhado com a missão social da UEM e com seu comprometimento com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Neste caso, os que se referem à educação de qualidade, e à redução das desigualdades. Estamos muito satisfeitos com esta parceria com o Acnur e diversas outras universidades do país em prol de um nobre objetivo comum", afirma.



Atualmente, a CSVM é composta por 42 instituições de ensino superior, presentes em 13 estados e Distrito Federal. No Paraná, além da UEM já eram integrados à CSVM a UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a UniCuritiba (instituição privada Centro Universitário Curitiba). 


A UEM inicia sua Cátedra Sérgio Vieira de Mello com as seguintes ações a serem implementadas:


- Programa de recepção a refugiados palestinos

- Programa de acolhimento aos cientistas ucranianos

- Expansão dos Cursos de Português como Língua Adicional (PLA)

- Oferta de vagas nos cursos de graduação

- Revalidação de diplomas

- Tutoria para estudantes

- Oferta do exame de proficiência em português Celpe-Bras

- Projeto de Acolhimento de Estudantes Internacionais

- Política e Comitê Gestor para Refugiados e Migrantes

- Representação Permanente no Conselho de Direitos Humanos

- Intercâmbio Virtual e Competências Globais

- Projetos de Pesquisa e Extensão sobre Refúgio e Migração

- Auxílio-alimentação

- Estágio curricular – Formação Profissional no curso de Psicologia

- Oferta da disciplina Psicologia, Diversidade Cultural e Migrações (ministrada pelas professoras Eliane Domingues e Regiane Cristina de S. Fukui)


CÁTEDRA SÉRGIO VIERIA DE MELLO 


O plano de ações visa garantir a continuidade e a ampliação dos serviços prestados aos refugiados, promovendo sua integração e bem-estar na sociedade. 


Os números mais recentes da Cátedra Sérgio Vieira de Mello indicam um crescimento significativo no acesso ao ensino superior por parte de refugiados no Brasil. Entre 2022 e 2023, a Cátedra facilitou o ingresso de mais de 660 refugiados em instituições de ensino superior, dos quais 613 são estudantes de graduação, 39 de mestrado e 12 de doutorado. Esse número representa um aumento de 30% em relação ao período anterior, que atendeu 496 pessoas.


Além disso, 154 diplomas de refugiados e apátridas foram revalidados, 962 vagas específicas foram oferecidas para refugiados em cursos de graduação e 1,8 mil refugiados foram apoiados com curso de português. Em termos de extensão, foram realizados mais de 6,3 mil atendimentos jurídicos e cerca de 580 atendimentos de saúde para essa população.


A cátedra também mantém 52 grupos de pesquisa focados em temas relacionados ao deslocamento forçado, envolvendo 762 pesquisadores em todo o País.


Além de difundir o ensino universitário sobre temas relacionados ao Direito Internacional dos Refugiados, a Cátedra Sergio Vieira de Mello também visa promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes na temática. O trabalho direto com os refugiados em projetos de extensão também é definido como uma grande prioridade, assim como processo de ingresso e reingresso nas universidades por meio de editais específicos.


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