Com o fim das provas do Vestibular 2020, a Cops (Coordenadoria de Processos Seletivos) da UEL já planeja o próximo concurso. Para os estudantes que já pensam nos próximos concursos, a Cops comunica a definição da nova lista das obras literárias que serão exigidas nos Vestibulares de 2021 e 2022. A lista reúne 10 autores e é sugerida a cada dois anos com o objetivo de orientar os candidatos a realizarem as leituras com antecedência.
Na nova lista, permanecem três obras dos dois últimos vestibulares: 'Amor de perdição', de Camilo Castelo Branco; 'Clara dos Anjos' (Lima Barreto) e 'Poemas escolhidos' de Gregório de Matos.
Veja abaixo a nova lista de autores e obras do Vestibular 2021 e 2022:
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'A palavra algo' - Luci Collin (Iluminuras, 2016)
'Amor de perdição' - Camilo Castelo Branco (Melhoramentos, 2013)
'Casa de pensão' - Aluísio Azevedo (Martin Claret, 2013)
'Clara dos Anjos' - Lima Barreto (Martin Claret, 2011)
'Contos novos' - Mário de Andrade (Nova Fronteira, 2015)
'Eles não usam black-tie' - Gianfrancesco Guarnieri (Civilização Brasileira, 2017)
'Histórias que os jornais não contam' - Moacyr Scliar (LPM Editores, 2017)
'O vendedor de passados' - José Eduardo Agualusa (Tusquets, 2018)
'Poemas escolhidos de Gregório de Matos' - Gregório de Matos (Companhia das Letras, 2011)
'Quarto de despejo' - Carolina Maria de Jesus (Ática, 2019)
Além de autores clássicos da Língua Portuguesa, a lista reúne autores contemporâneos, como a brasileira Luci Collin e o angolano José Eduardo Agualusa, e também os já falecidos Carolina Maria de Jesus. Gianfrancesco Guarnieri, Moacyr Scliar.
Segundo Lucas Lavisio, professor de Literatura do CEPV (Curso Pré-Vestibular) da UEL, a nova lista contempla multiplicidade de gêneros literários, desde romance, poema, até as narrativas curtas, como conto e crônica, e peça de teatro, sendo cinco obras clássicas e outras cinco do modernismo e pós-modernismo. Ele também destaca a introdução da Literatura de países africanos de Língua Portuguesa. "É uma tendência agora dos vestibulares contemplarem a Língua Portuguesa como um todo", afirma.
Para o professor, a problemática social foi acentuada e fica evidente no próximo Vestibular da UEL, com a introdução de dois livros. Um deles é a obra de Carolina Maria de Jesus, por retratar as próprias vivências da autora, como uma moradora de lixão. O livro é considerado uma literatura marginal, por mostrar uma parcela excluída da sociedade. A outra obra é de Gianfrancesco Guarnieri que retrata, como peça de teatro, a vida da classe trabalhadora e mais pobre.
No trabalho em sala de aula com os alunos do CEPV, Lucas Lavisio afirma que busca ir além simplesmente da história daquela obra. "Faço um elo entre o contexto, o autor e a obra. É preciso entender o momento em que ela é lançada, a história e o pensamento do autor", conta.