O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) passou por uma grande mudança em 2009, quando o Ministério da Educação anunciou que a estrutura da prova seria focada nas "competências e habilidades" já conhecidas pelos estudantes e abordadas em outros conteúdos do Folha ENEM.
Porém, o chamado BNI (Banco Nacional de Itens) do governo federal, que reúne uma coleção de questões a serem usadas em provas não só como o Enem, mas também do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), do Encceja (Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos) e do Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira), não acompanhou as mudanças do formato.
O BNI recebeu críticas do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entidade que organiza a prova, dizendo que o banco de questões estava "obsoleto".
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O professor Nilson Douglas Castilho, coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina, acredita que o Ministério da Educação demorou demais para fazer essa renovação. "A mudança do Enem foi há doze anos, e só recentemente implantaram uma base curricular" disse, se referindo à BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento que normatiza a elaboração das propostas pedagógicas da educação infantil até o ensino médio no país, homologada em 2018.
Outro argumento levantado por Castilho é da falta de capacitação de professores para se moldar à nova realidade do exame. Para ele, a possível escassez de profissionais adaptados ao "novo" modelo do Enem pode explicar a insatisfação do Inep.
"Logo no começo (da mudança), poucos professores tinham essa aptidão de trabalhar em questões inéditas dentro dessa nova perspectiva de competências e habilidades. O formato atual da prova exige reflexão, raciocínio, interdisciplinaridade. Uma visão ampla de mundo. Se o aluno precisa ter essa nova visão, os professores também devem, e isso só vem com capacitações".
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