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Projeto da UEL visa aumentar a resistência de plantas tropicais à seca por meio de bactérias

09 mar 2022 às 18:10

Um projeto de pesquisa desenvolvido por pesquisadores do CCE (Centro de Ciências Exatas) e CCB (Centro de Ciências Biológicas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) tem introduzido bactérias em mudas de plantas tropicais para aumentar sua resistência à seca prolongada.   


Intitulado “Inoculação com pool de bactérias associativas como uma estratégia para o aumento da tolerância de espécies arbóreas neotropicais ao déficit hídrico”, o projeto é coordenado pelo professor Halley Caixeta de Oliveira, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal/CCB, e conta com a participação de outros três pesquisadores do departamento: Renata Stolfi Moreira, José Antônio Pimenta e José Domingues Toresan. Pelo Departamento de Bioquímica e Biotecnologia/CCE, atua, na pesquisa, o professor André Luiz Martinez.


As plantas arbóreas são objeto de estudo do grupo desde 2011. Os financiamentos para o projeto, no entanto, começaram em 2014. Desde então, professores e alunos se empenham em utilizar as bactérias  Bacillus velezensis  e  Azospirillun brasilense , que já é comercializada como um produto destinado ao desenvolvimento vegetal. “A novidade do projeto é a inclusão, no pool, do  Bacillus velezensis ”, afirma Moreira.


Entre as espécies arbóreas utilizadas, a Embaúba do brejo ( Cecropia pachystachya ) e o Jequitibá Branco ( Cariniana estrellensis ), comumente usadas em reflorestamento nas regiões tropicais, são as predominantes.


Como parte inicial do projeto, o grupo cultiva mudas no viveiro do CCB, onde são aplicadas as bactérias para a observação dos resultados. Com o avanço do projeto, é esperado que futuramente seja criada uma faixa na Fazenda Escola dedicada à criação das espécies.


“Com a aplicação das bactérias, já pudemos observar que há uma redução do estresse hídrico nessas plantas. Houve um aumento do processo de germinação, inclusive já mostrado em TCCs e teses de estudantes, que evidenciam o aumento da resistência da planta à intempérie da seca”, explica o professor Oliveira.

Financiamento

Recentemente, o projeto recebeu R$ 12.410,79 provenientes do Edital do Programa Institucional de Pesquisa Básica e Aplicada, da Fundação Araucária. O valor será destinado à compra de equipamentos de pequeno porte para o desenvolvimento das pesquisas, como centrífuga e ar-condicionado.


Segundo os pesquisadores, uma das intenções da agência financiadora da pesquisa é a transformação do projeto em um Napi (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação), destinado a projetos que tenham um cunho prático e envolvam iniciativas tecnológicas para o desenvolvimento do Paraná.


O grupo de pesquisa também é composto por 13 estudantes contemplados com bolsas, de vários níveis. Desses, 10 são bolsistas de doutorado, mestrado, pós-doutorado e iniciação cientifica do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas; os demais bolsistas são dois mestrandos e um doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia.


As bolsas são concedidas pela Fundação Araucária, Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

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