Professores das escolas particulares da cidade de São Paulo decidiram entrar em greve contra o retorno das aulas presenciais.
A medida foi aprovada em assembleia realizada pelo Sinpro, o sindicato da categoria, na sexta-feira (6).
A paralisação está prevista para começar na quinta-feira (11), caso as atividades presenciais não sejam suspensas até lá.
O Sinpro informou que o sindicato patronal terá 48h para iniciar negociações.
Presidente do Sieeesp, que representa as escolas, Benjamin Ribeiro da Silva afirma que não irá negociar com a categoria e que espera que só uma pequena parcela dos professores participe do movimento, já que nem a greve decretada pelos docentes da rede estadual conseguiu adesão maciça.
Segundo ele, o sindicato orientou as escolas a seguirem recebendo os estudantes de até oito anos, que têm mais dificuldade com o ensino remoto, e manterem os demais na modalidade presencial.
O Sinpro informou que os professores decidiram ainda condicionar o retorno presencial à testagem de toda a comunidade escolar, ao fornecimento de máscaras N95/Pff2 e à divulgação pelas escolas dos casos de contaminação.
Ao todo, 98% dos votantes manifestaram apoio à suspensão da reabertura das escolas. A greve a partir do dia 11 teve a aprovação de 69% da categoria; 27% preferiam a paralisação no dia 19 com nova assembleia com indicação de greve.
"Manter exclusivamente as aulas remotas, com alunos e trabalhadores protegidos em suas residências, é uma medida urgente e necessária diante da escalada da pandemia e da aceleração na taxa de contágio", afirma o sindicato.
As aulas presenciais foram retomadas no início de 2021 em São Paulo tanto na rede pública como na particular.
No segundo semestre de 2020, parte das unidades já havia voltado presencialmente com atividades extracurriculares.
A instituição da fase vermelha do Plano São Paulo no estado, que começou a partir de sábado (6), com medidas mais restritivas para conter o avanço do coronavírus, não inclui o fechamento das escolas.
Alguns colégios, como o Equipe, de Higienópolis (região central), e o Santa Cruz, em Alto de Pinheiros (zona oeste), optaram pelo fechamento, enquanto outros seguem abertos.
O governo de São Paulo tem recomendado que as escolas permaneçam abertas para atender os estudantes que precisem frequentar atividades presencialmente.
A necessidade pode ser logística, como o fato de os pais trabalharem em serviços essenciais e não terem com quem deixar os filhos, ou ligada a dificuldades de aprendizado e ao risco para a saúde mental.
A reportagem tentou contato com o Sieeesp, que representa a rede privada no estado, mas não conseguiu contato até o momento.