O Núcleo de Equoterapia da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná) oferece práticas terapêuticas de reabilitação com o uso de cavalos no tratamento de pessoas com deficiências físicas, mentais, emocionais ou sociais e, atualmente, atende 105 pessoas no Compus Luiz Meneguel, em Bandeirantes.
Com uma equipe multidisciplinar das áreas de saúde e educação, que inclui fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonaudiólogos e instrutores de equitação, o projeto ajuda a melhorar a coordenação motora, equilíbrio, força muscular, autoestima e a socialização.
A infraestrutura do núcleo inclui uma área especialmente adaptada para garantir a segurança e a eficácia das sessões, com tratamentos personalizados de acordo com as condições e características de cada praticante. Além dos benefícios terapêuticos, o núcleo também desenvolve pesquisas e projetos de extensão voltados para a formação de novos profissionais e a disseminação do conhecimento sobre a equoterapia.
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Segundo a professora Thaís Patelli, que coordena o projeto, o cavalo é o ponto-chave dentro de uma abordagem multidisciplinar. “Buscamos o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com alguma condição de saúde ou deficiência, seja ela física ou mental, nas áreas de educação, saúde e equitação”, afirmou.
O trabalho do Núcleo de Equoterapia da UENP é realizado em parceria com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Bandeirantes, a prefeitura, a Associação Anjo Azul e o Instituto Morro dos Anjos. “São essas parcerias que nos permitem trabalhar com uma equipe técnica treinada, para que nossos praticantes tenham o melhor atendimento”, enfatizou a coordenadora.
De acordo com a fisioterapeuta Suellen Tanaka, que integra o projeto, os principais benefícios, principalmente na área motora, são o fortalecimento muscular, o equilíbrio e o ajuste postural. “Através do movimento do cavalo, são transmitidos impulsos que passam pela medula espinhal levando até o sistema nervoso central que tem como resposta o movimento, o que ajuda muito a criança”, explicou.
Volta à rotina
O pequeno Joaquim Manzini Rocha, de seis anos, é uma das crianças assistidas pelo projeto. Ele teve uma lesão neurológica grave em decorrência de um atropelamento e, após 19 dias internado, recebeu alta e iniciou a equoterapia. De acordo com a mãe, Carolina Manzini, o menino saiu do hospital com muita dificuldade para caminhar tanto pela lesão quanto pelo tempo de internamento.
Para Carolina, a equoterapia tem sido fundamental no processo de recuperação do filho. “Além de ajudar com o equilíbrio, a força e a coordenação motora, o Joaquim voltou a ter uma rotina. Hoje ele pode correr, brincar, conversar do jeito que era antes do acidente”, acrescentou a mãe do paciente.
Outra criança que frequenta o espaço é Lucca Barussi Carvalho, de seis anos. Segundo a mãe, Patrícia Barussi, a recomendação do tratamento veio através da escola. “Para o Lucca tem sido excelente. Ele era bem quieto, nervoso e hoje conversa mais, brinca e está mais tranquilo em sala de aula, aprende melhor. Os profissionais do projeto são muito atenciosos e cuidam tanto da criança quanto da família, tanto é que ele adora a equoterapia”, revelou Patrícia.