Ao menos três escolas particulares de São Paulo decidiram suspender as atividades presenciais depois de suspeita ou confirmação de casos de coronavírus entre alunos. A reabertura de instituições de ensino na cidade foi liberada em 8 de outubro, há cerca de 40 dias.
Os colégios Gracinha, São Luís e Graded comunicaram aos pais nesta que suspenderiam total ou parcialmente as atividades presenciais que estavam desenvolvendo.
No Gracinha, no Itaim Bibi, zona oeste da cidade, a decisão ocorreu depois da co1nfirmação do contágio em um aluno do 2º ano do ensino médio, que frequentou as aulas até a última quarta (11). Além do caso confirmado, a escola diz ter sido comunicada de casos suspeitos e outros que ainda aguardam o resultado dos testes.
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"Diante do aumento do número de casos de Covid-19 na cidade, dos casos confirmados na escola, dos casos suspeitos entre funcionários e alunos e da necessidade de isolamento das pessoas contaminadas, bem como de todas as que tiveram contato com elas, optamos por suspender as atividades de acolhimento, o reforço e as aulas presenciais da escola", diz o comunicado da direção às famílias.
A escola havia retornado com aulas regulares presenciais para o ensino médio e desenvolvia atividades extracurriculares para as demais séries. Todas elas foram suspensas por ao menos uma semana até que a direção receba o resultado sobre os casos suspeitos.
O aumento de casos suspeitos na unidade começou na semana passada, quando foram retomadas as aulas regulares para o ensino médio.
"Tivemos o caso confirmado de um aluno do 1º ano do ensino médio, que tinha tido contato com outros três estudantes, mas fora da escola. Depois mais 11 meninas que se encontraram, uma delas testou positivo e as outras dez estão sob suspeita. Todas essas situações aconteceram fora da escola", disse Wagner Borja, diretor do Gracinha.
Depois da informação dos casos confirmados entre alunos, um funcionário da escola teve teste positivo para o novo coronavírus e outros ainda estão em análise. "Além dessas suspeitas que as famílias nos comunicaram, soubemos que os alunos estão participando de festas com centenas de pessoas. Não queremos que a escola se torne espaço de disseminação e, por isso, decidimos pela suspensão das atividades presenciais."
Segundo ele, o colégio contratou uma consultoria especializada em infectologia para montar o protocolo de higiene e saúde para o retorno das aulas. "Por mais que a gente seja cauteloso dentro da escola, o que acontece lá fora e que não controlamos traz riscos. Todos os contágios aconteceram lá fora", disse Borja.
O colégio São Luís, na Vila Mariana, zona sul, também decidiu suspender parcialmente as atividades presenciais que retomou. Na unidade, a partir da próxima semana não haverá mais ações para os alunos da educação infantil e dos anos iniciais do fundamental (do 1º ao 5º ano).
Em comunicado aos pais, a direção diz que a decisão se deu após o aumento de casos na cidade. O colégio não informou se tem casos confirmados ou suspeitos entre seus alunos e funcionários.
"Com o aumento de pessoas que contraíram a Covid-19 na cidade de São Paulo, decidimos encerrar as atividades extracurriculares ao fim desta semana", diz a nota aos pais.
Na unidade, foram mantidas as aulas presenciais regulares para os alunos do ensino médio, com a participação de metade do grupo a cada semana.
A Graded School, no Morumbi, também suspendeu as atividades presenciais das turmas de ensino médio e ensino fundamental depois de seis alunos terem recebido diagnóstico de Covid-19 e 17 professores estarem com suspeita de contaminação.
"Os casos positivos em nossa comunidade aumentaram e, consequentemente, impediram nossa capacidade de permanecer totalmente operacional para o ensino presencial", diz a carta enviada aos pais.
No comunicado, a direção do colégio faz um apelo às famílias para que tenham cuidado fora da unidade. "As ações de uma pessoa impactam outras", diz a carta.
Os diretores de escolas estão preocupados com os encontros dos alunos fora das unidades, especialmente, em festas. Eventos, que tradicionalmente ocorriam para formandos, estão ocorrendo normalmente, segundo eles.
Neste sábado (14), uma festa promovida por uma empresa de eventos reuniu estudantes de diversas escolas particulares. "Sempre denunciamos essas festas porque elas são completamente erradas. São eventos open bar para adolescentes. Agora, na pandemia, isso se torna ainda mais irresponsável", disse Mauro Aguiar, diretor do colégio Bandeirantes.
Segundo ele, em seu colégio alguns alunos têm suspeita de contaminação, mas a direção avaliou que não havia necessidade de suspender as atividades extracurriculares presenciais.