No Brasil, a maioria dos professores de Língua Inglesa (80,34%), na educação básica, é do sexo feminino, enquanto 19,66% são do sexo masculino. Juntos, totalizam cerca de 172.030 professores do idioma, segundo estatísticas do Observatório para o Ensino da Língua Inglesa, pesquisa inédita disponibilizada pelo British Council.
A pesquisa ressalta que, de modo geral, os docentes não ensinam exclusivamente Inglês e trabalham com turmas de outras línguas ou de outras matérias, em diferentes escolas e etapas de ensino. A sobrecarga de trabalho chama atenção. Cada profissional leciona, em média, para cerca de 300 estudantes, segundo o Observatório.
Considerando as redes públicas e privadas, cerca de 29,42% do total de turmas de Língua Inglesa, em todas as redes, são orientados por docentes com titulação adequada (Letras: inglês ou Letras: português-inglês). Conforme a pesquisa, os estados com maiores percentuais de turmas em que os docentes têm graduação em letras, mas sem formação linguística em inglês (grupo C), são Ceará, Goiás, Pará, Pernambuco e Santa Catarina. O maior percentual nesse grupo é de São Paulo (87,09%).
Para a diretora do British Council, Thaiane Rezende, é muito importante entender o perfil, as necessidades e potencialidades dos docentes que lecionam língua inglesa no Brasil, organizando evidências empíricas, conforme entende o governo britânico, que trabalha na perspectiva de parceria respeitando os contextos e saberes de cada país.
“Enxergamos as professoras e os professores como agentes de mudança capazes de provocar impacto positivo na aprendizagem de inglês nas escolas públicas brasileiras, por isso a produção de diagnósticos como este”, afirma.
Sobre a pesquisa - O Observatório para o Ensino da Língua Inglesa é uma plataforma on-line promovida pelo governo britânico e desenvolvida pelo British Council. Para chegar aos resultados foram utilizadas fontes como o Censo Escolar da Educação Básica 2020 e o Censo da Educação Superior 2019, que são os dados mais recentes do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Os pesquisadores analisaram dados de perfil como gênero, raça e idade e de formação, carga de trabalho e regime de contratação. Para compreender o perfil de futuros profissionais também foram avaliados os dados relativos à formação inicial de docentes de língua inglesa, a partir dos micro dados do Censo da Educação Superior 2019.
A pesquisa é resultado do programa do governo britânico UK-Brazil Skills for Prosperity, conduzido no Brasil por um consórcio de quatro organizações sem fins lucrativos e liderado pela Fundação Lemann, incluindo a Associação Nova Escola, Instituto Reúna e o British Council. Com o estudo espera-se incentivar debates, compartilhamento de experiências e produção de conteúdos para o fortalecimento do ensino e aprendizagem do Inglês no Brasil.
As informações na íntegra podem ser obtidas em uma sessão interativa do Observatório (acesse aqui), que permite ao público o acesso a dados específicos de seus estados e municípios, e aos cruzamentos de informações para conhecer as realidades locais do ensino de língua inglesa.
*Com informações da Agência Brasil