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Como cientistas desvendaram que um tubarão devorou outro

Phillippe Watanabe - Folhapress
10 set 2024 às 19:00
- Josiel Aparecido/Ilustrativo
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Tubarões têm uma longa lista de cardápios possíveis nos oceanos –sempre vale lembrar, o ser humano não é um deles–, entre os quais, outros colegas tubarões. Uma dessas refeições, mais especificamente a predação de uma fêmea ameaçada de extinção e grávida, foi documentada por pesquisadores recentemente no oceano Atlântico.

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Os cientistas não estavam esperando o que encontraram. Inicialmente, eles capturaram e marcaram, com dispositivos para monitoramento -com os quais é possível analisar comportamentos e preferências ambientais-, alguns tubarões Lamna nasus, conhecidos como tubarão-sardo, espécie classificada como vulnerável na lista da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês) de animais ameaçados de extinção.

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Esses aparelhos estavam programados para coletar dados de pressão e temperatura da água, em intervalos de 20 segundos, por 365 dias.


Em 28 de outubro de 2020, uma fêmea grávida foi capturada e marcada próximo a Cabo Cod, uma península no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos.

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No início do rastreamento, até 26 de dezembro daquele ano, o animal ficou próximo a superfície, nadando a até cem metros de profundidade -a temperatura medida nesse período ficou de 10,28°C a 20,54°C.


Depois, até o fim de março do ano seguinte, a fêmea se distanciou do continente e chegou a nadar em profundidades de até 800 metros, e as temperaturas variaram de 6,4°C a 23,52°C. Estima-se que ela tenha se deslocado cerca de 1.120 km durante o período monitorado. Até que chegou o dia 24 de março de 2021.

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Apesar da manutenção da profundidade, houve um aumento da temperatura registrada. Começou-se a se notar, então, que, mesmo com variações da profundidade em que o rastreador acoplado ao tubarão estava, a temperatura permanecia relativamente estável, sem grandes alterações.


Segundo os cientistas, os dados observados indicavam que o rastreador havia sido engolido e, provavelmente, a fêmea, predada por outro animal.

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Qual animal poderia comer um tubarão fêmea com mais de dois metros de comprimento?

Os dados de profundidade e local da predação, mais as informações sobre a temperatura estável posterior (cerca de 5°C acima da temperatura ambiente), poderiam ajudar a indicar quem seria o responsável.

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Um mamífero grande, como uma orca, poderia ser o responsável? Provavelmente, não, por esses animais terem uma temperatura corporal maior do que a observada.


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Cão magro e debilitado que estava sem água e comida é resgatado em Bela Vista do Paraíso
Um cão magro e debilitado que estava sem água e comida dentro de uma casa foi resgatado em Bela Vista do Paraíso (região metropolitana de Londrina) na segunda-feira (9).


Os principais suspeitos, que habitam áreas próximas de onde ocorreu a predação, tornaram-se, então, o tubarão-branco (Carcharodon carcharias) e o tubarão-mako (Isurus oxyrinchus).

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A profundidade em que ficou o rastreador –agora dentro do corpo do predador– foi o elemento final para os pesquisadores concluírem quem predou a fêmea grávida.


O tubarão-mako fica em profundidades um pouco inferiores às registradas no rastreador.


Mas há documentação de grandes fêmeas de tubarões-branco passando mais tempo em profundidades maiores nas águas do Atlântico, onde se deu a pesquisa.


"Dada essa comparação, é provável que um tubarão-branco tenha sido o predador do nosso tubarão-sardo marcado", escrevem os cientistas.


Apesar desse detalhamento dos últimos momentos da vida do bicho, tubarões predando tubarões não chega a ser um cenário novo.


"Predação entre tubarões é bastante comum", diz Leonardo Feitosa, biólogo e doutorando em ciências ambientais e manejo pela Universidade da Califórnia, Santa Barbara, que não participou do estudo.


Segundo Feitosa, o mais comum é que espécies menores virem presas dos tubarões maiores. Também é possível observar bichos jovens virando presa de indivíduos adultos de outras espécies de tubarão. Até canibalismo é encontrado.


"Os mais difundidos são os exemplos do tubarão-limão (Negaprion brevirostris) e do tubarão mangona em que os próprios filhotes praticam canibalismo dentro do útero", diz Feitosa. "As fêmeas geram ovos que eclodem dentro do útero em diferentes momentos. O filhote mais velho já é uma cópia do indivíduo adulto, inclusive com dentes, predando seus irmãos menores, de ovos mais jovens."


O pesquisador diz que há um acervo amplo de vídeos no YouTube de tubarões predando uns aos outros.

"Qualquer tipo de registro desse tipo de interação é interessante, especialmente no caso do estudo porque eles têm fortes evidências de que a predação ocorreu por uma espécie de tubarão com regulação termal, o que normalmente é difícil averiguar", afirma Feitosa.


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