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Marcas do Tempo

Há 51 anos, IEIJ forma alunos críticos, criativos e prontos para o mundo

Jessica Sabbadini - Especial para a Folha de Londrina
15 out 2024 às 00:40
- Sérgio Ranalli

Como uma metodologia que prioriza os questionamentos dos estudantes, instituto valoriza a coletividade e o respeito às diferenças


Marcado no coração de Londrina e dos londrinenses, o IEIJ (Instituto de Educação Infantil e Juvenil) está há mais de cinco décadas trazendo educação de qualidade para milhares de alunos. Ao valorizar o espírito da coletividade e da partilha, a escola também individualiza o processo de aprendizado e, ao final, forma cidadãos críticos, criativos e prontos para enfrentar os desafios de um mundo moderno e em constante mudança. A trajetória do IEIJ é mostrada pela FOLHA como parte do projeto Especial Marcas do Tempo - Londrina 90 anos.


A diretora Aithana Luz da Silva Rabelo explica que o IEIJ foi fundado em 1973 a partir do desejo de oferecer uma educação diferenciada para crianças e adolescentes, baseada nas teorias do pesquisador suíço Jean Piaget e no conceito de que o aprender vai muito além do decorar. Como romper com o tradicional nunca é fácil, a escola começou a enfrentar problemas financeiros, o que deu início à Associação de Pais e Professores. Eles se organizaram em uma cooperativa para manter a escola em pleno funcionamento.


O IEIJ foi criado há 51 anos em Londrina com base nas teorias de Jean Piaget - Sérgio Ranalli


A iniciativa deu tão certo que, em 2024, o IEIJ está completando 51 anos de muita história para contar. O instituto é responsável pela formação de londrinenses preparados para enfrentar os desafios do mundo. Ali, os questionamentos são o que dão início ao processo de aprendizagem dos alunos. “A partir do momento que eu penso para responder as perguntas, eu tenho que fazer conexões, relações, comparações. Tem um processo até chegar à resposta”, afirma. Neste processo, o ‘errar’ tem papel fundamental, já que a partir dele é possível reformular, repensar e refazer os questionamentos.


Roberta Sonnberger, coordenadora pedagógica da escola, ressalta que a metodologia piagetiana coloca a pergunta como o princípio do trabalho. É a partir daí que o aluno levanta as situações-problema. Para isso, o professor precisa estar preparado para criar estratégias para resolver os problemas, seja através de experiências físicas, de observação ou pesquisas para a construção do conhecimento.


- Sérgio Ranalli

Roberta Sonnberger e Aithana Luz da Silva Rabelo destacam o processo de aprendizado fundamentado em perguntas


“Por isso, o trabalho em grupo é muito importante, porque eles vão se desenvolver juntos e se tornarão muito mais significativos para o aluno”, aponta. Ao caminhar pela escola, é comum ouvir as crianças conversando e rindo, considerando que a troca de experiências também é importante na construção do conhecimento.


No IEIJ, a palavra tarefa é coisa do passado. Toda a semana, as crianças levam para casa a chamada CULT, que vem de cultura, que nada mais é do que textos sobre assuntos atuais, como eleições, tecnologia e inteligência artificial. A partir da leitura, o estudante precisa instigar a criatividade para apresentar o conteúdo estudado da forma que quiserem, seja através de um desenho, de uma dramatização, de um poema. “São várias as formas de pensar”. Além disso, a CULT é individualizada de acordo com o nível de aprendizagem de cada estudante dentro de uma mesma turma e reforça o caráter interdisciplinar dos conteúdos estudados.


O IEIJ trabalha para que o estudante seja integral e que a convivência seja plural e diversificada - Sérgio Ranalli


A instituição trabalha de maneira que o desenvolvimento do estudante seja integral e que a convivência seja plural e diversificada, já que é na diferença que reside as situações de conflito, que precisam ser mediadas pelo professor para que exista a evolução. Para Rabelo, é fundamental que o estudante aprenda a resolver situações dentro de um ambiente controlado, que é a escola, para que esteja preparado para o mundo. “Olhar para o outro e falar o que você não gostou, impor limites, tudo isso é importante”, explica a diretora.


Janelas de oportunidade


Quanto mais nova a criança, mais conhecimento ela é capaz de absorver. Essas janelas de oportunidades permitem com que o estudante aprenda novas línguas de maneira natural, como no caso do inglês, em que o idioma é inserido nas atividades do dia a dia. Eles aprendem vocabulário através do lanche que levaram, dos jogos e dos objetos da sala de aula. Roberta Sonnberger ressalta que a prioridade é a língua materna, sendo que o aluno vai começar a escrever em inglês quando já está alfabetizado na língua portuguesa.


Em relação às atividades extracurriculares, em que o aluno pode fazer no contraturno, é trabalhado o desenvolvimento motor e sensorial, como no caso da musicalidade, e que colaboram no processo de aprendizagem. Para este ano, a escola comemora o fato de poder trazer um professor de educação física exclusivamente para a educação infantil, o que enriquece o trabalho. O xadrez também é oferecido aos alunos como uma forma de desenvolver habilidade de estratégia e de previsibilidade.


A culinária também é uma área muito explorada na escola: autonomia dos alunos - Divulgação


No IEIJ, todos os alunos são responsáveis pelas atividades de limpeza, assim como o material é de todos, o que estimula o sentido de coletividade e partilha entre eles. Ao todo, são mais de 200 alunos da educação infantil ao ensino fundamental. A culinária também é uma área muito explorada na escola, tanto na parte de contato com a comunidade (as crianças vão até o mercado comprar os alimentos), quanto na hora de aprender sobre pesos e medidas (eles são responsáveis por preparar o lanche uma vez na semana). “Todas essas atividades são trabalhadas para o desenvolvimento da autonomia dos alunos”, aponta Sonnberger.


Na horta escolar, os alunos buscam matéria prima para as aulas de culinária - Sérgio Ranalli


De mãe para filhos


Marcado na história de Londrina, o IEIJ já formou milhares de pessoas que, na prática, puderam aprender a ver o mundo de uma maneira diferente, com respeito às diferenças e sabendo da importância que a natureza tem para todos.


Aos 33 anos, Maria Madi Alcântara Freitas relembra dos bons momentos que passou durante os 13 anos que foi aluna do IEIJ . “Que sorte a minha foi ser formada em uma escola que me ensinou a raciocinar, pensar e questionar”, conta. Durante a alfabetização, foi diagnosticada com dislexia, mas aprender pela experiência prática antes de entrar na teoria foi o que a ajudou a se desenvolver.


Todos os alunos são responsáveis pelas atividades de limpeza, assim como o material é de todos - Sérgio Ranalli


Hoje, ela continua frequentando a instituição, mas agora para levar os filhos, Gael, de 6 anos, e Bento, de 7. “A decisão de colocar os meus filhos no IEIJ já estava tomada antes mesmo de tê-los. Não tinha dúvida de que queria proporcionar para eles um aprendizado de qualidade, formá-los como pessoas do bem, preocupados com a sustentabilidade do planeta e o bem-estar das pessoas”, explica, complementando que a escola permite que as crianças sejam crianças ao mesmo tempo em que aprendem.


“O IEIJ me permitiu vivenciar todas essas experiências e agora é a vez dos meus pequenos”, diz Maria Madi Freitas. O pequeno Gael afirma que a aula de educação física é a que ele mais gosta e Bento garante que gosta mesmo é brincar, principalmente pique-bandeira, sirumba e pingue-pongue.


Localizado em uma tranquila área da cidade, na Rua Bélgica, 926, o IEIJ mantém sua tradição de excelência educativa, sempre acessível para pais e interessados. Quem quiser saber mais sobre o projeto pedagógico ou agendar uma visita, pode entrar em contato pelo telefone (43) 3341-6733.

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