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Homenagem

Dia do Professor: histórias, memórias e alegrias em sala de aula

Jéssica Sabbadini - Especial para a Folha de Londrina
15 out 2024 às 00:49
- Arquivo Pessoal

Sinpro homenageia os profissionais responsáveis por compartilhar conhecimento e ajudar na formação do ser humano


Todo mundo tem aquele professor de que se lembra com carinho das aulas, seja pela forma com que ele transmitia o conteúdo ou pelo vai e vem de um bate-papo com os alunos. Para os professores não é diferente, já que a trajetória em sala de aula é marcada por histórias, memórias e por aqueles momentos de alegria de poder estar em sala de aula.


Nesta terça-feira (15) é celebrado o Dia do Professor e nada mais justo do que prestar uma homenagem para aqueles que são responsáveis pela formação de médicos, artistas, engenheiros e tantas profissões. Representando quase 4 mil docentes em dezenas de cidades da região, o Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná) acompanha, defende e valoriza o professor há mais de 30 anos.


Presidente do Sinpro, André Cunha afirma que esse é o momento de celebrar aqueles que fazem parte da construção da civilidade, humanidade e das profissões. “O professor é aquele que nos administra afetivamente na primeira infância, é aquele que observa os nossos talentos e os estimula desde cedo e é aquele que, junto aos pais, ajuda a construir essa grande obra, que é a formação do ser humano”, afirma.


Conexão entre professor e alunos


Responsável por levar a disciplina de química para centenas de estudantes, Carlos Tiago Vieira Pinho, o Tiagão, afirma que ser professor é enfrentar inúmeros desafios. Alguns se repetem ano após ano; outros, pegam todos de surpresa, como o desafio de ensinar durante a pandemia. Ainda assim, a vontade de assumir o tablado dentro das salas de aula veio dos exemplos que teve quando ainda era um aluno, principalmente daqueles que conseguiam unir a parte teórica com a parte prática. “Isso me encantava”, explica.


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Com os alunos, a relação extrapola os conteúdos. A conexão, segundo ele, vai muito além da química, já que assuntos como futebol, filmes e séries também ganham espaço na hora daquele bate-papo. “Eu tenho uma relação muito aberta com eles, o que ajuda a trabalhar o conteúdo ao mesmo tempo em que eles sabem que no momento oportuno a gente vai ter um papo que não seja técnico da disciplina”, ressalta.


Ensinar e aprender são duas palavras que, para Tiagão, sempre estão juntas na mesma frase. “Quando você está ensinando, você está aprendendo”, afirma. O professor garante que está em constante aprendizado, pois os alunos se renovam todos os anos e, com isso, mudanças geracionais e de personalidade podem ser notadas. Além disso, a tecnologia é outro assunto que o professor está sempre aprendendo com os alunos, como na época da pandemia, em que os estudantes é que o auxiliaram na hora de posicionar a câmera ou configurar o computador.


Momentos marcantes


E é na sala de aula que a mágica acontece. O conteúdo é compartilhado, assim como as experiências e vivências de cada um ali presente, fazendo do momento uma oportunidade que vai muito além do conteúdo. “É dentro da sala de aula que a energia transborda e que a química acontece”, explica.


Nos quase 30 anos como professor, momentos marcantes é que não faltam, como os convites para ser paraninfo, nome de turma ou para estar presente nos aniversários dos estudantes. Mas, sem dúvidas, a cena mais marcante foi quando precisou parar a aula para formalizar o namoro de dois estudantes. Dez anos depois, o casal, que continua junto, procurou o professor porque gostariam de fazer as fotos que seriam apresentadas durante o casamento em uma aula dele, que foi onde tudo começou. “É a química do amor”, ri com o trocadilho.


Ao longo da jornada, Tiagão garante que alcançou muitos objetivos, mas afirma que aguarda com carinho a conquista de um dos - senão o - maiores sonhos, que é ser professor da filha, a pequena Maria Alice, de três anos. “Esse sonho nasceu com o nascimento dela”, afirma muito emocionado. Alcançar o sonho vai ser a maior realização pessoal e profissional que ele poderia ter. “Eu quero que ela saiba e presencie o quanto o pai dela foi e é feliz sendo professor”.


Inovação, criatividade e disciplina


Há 43 anos na docência, Eduardo Toshio Nagao, 67, conta que sempre teve o costume de resolver todos os exercícios dos livros e dos materiais de apoio antes de ministrar a aula de física, o que ajudava a trazer mais segurança para os alunos na hora de transmitir os conteúdos. Isso, segundo ele, era fruto da dedicação e do preparo antes de entrar na sala de aula. Com as tecnologias que iam surgindo não foi diferente. Ele era reconhecido entre os colegas por empregar recursos multimídias durante as aulas, que não se limitavam mais ao quadro e o giz.


- Arquivo Pessoal

Eduardo Nagao, 43 anos no magistério, ganhou de presente a medalha que o aluno conquistou na Olimpíada Brasileira de Física


Hoje, Nagao está mais afastado da sala de aula e se dedica a auxiliar os colegas de profissão com as aulas práticas nos laboratórios de física, mas guarda com carinho as mais de quatro décadas de troca com os alunos. “O contato com os jovens educandos faz você rejuvenescer, ter mais disposição e viver com mais alegria e prazer”, afirma. O professor é associado do Sinpro desde a fundação do Sindicato, em 1994, e já foi presidente da entidade.


Por ser tímido quando criança, o professor desenvolveu o hábito de ir de carteira em carteira para perguntar aos alunos se eles tinham alguma dúvida sobre o conteúdo. Certo dia, a mãe de uma aluna que, assim como ele, era muito tímida, veio agradecer ao professor pela atenção e pelo gesto. Em outro episódio, um aluno ficou em primeiro lugar no Paraná na Olimpíada Brasileira de Física e foi premiado com uma medalha. Após a vitória, o estudante entregou a medalha a Nagao por acreditar que o mérito não era dele, mas do professor.


Para ele, o futuro da educação envolve, cada vez mais, o emprego de novas tecnologias e o desenvolvimento das competências e habilidades dos estudantes. “O professor do futuro é aquele que partilha o que sabe, procura aprender o que não sabe e pratica o que ensina”, aponta. Em complemento, a educação espiritualista também deve ser empregada na formação do estudante, ajudando a reduzir níveis de estresse e ansiedade.

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