A vitória do Flamengo por 4 a 0 diante do Vélez Sarsfield, pelo primeiro jogo das semifinais da Copa Libertadores, praticamente garantiu o time brasileiro na final da competição. Em sites de apostas como bet365, inclusive, o clube carioca é o grande favorito ao título, independentemente de quem passar na outra semifinal, disputada por Palmeiras e Athletico Paranaense.
Mas, para além do desempenho em campo, a semifinal disputada em Buenos Aires também teve elementos fora das quatro linhas que deixaram o confronto ainda mais interessante. O primeiro deles aconteceu em decorrência da hostilidade provocada pelo time argentino.
Segundo a diretoria do clube carioca, houve um clima de tensão que se prolongou durante toda passagem do Flamengo pela Argentina. "Foi tenso o tempo todo, infelizmente. Nós pensamos que o Flamengo, o Palmeiras, os clubes brasileiros e os argentinos estão encarando a Libertadores como uma Liga dos Campeões, com estádio e jogadores nesse nível. Você chegar aqui e ver o antijogo e o que houve com o gramado em poucos dias. O que foi feito é um absurdo", afirmou o diretor de relações externas, Cacau Cotta.
O dirigente criticou o tratamento dado à torcida do Flamengo que foi ao estádio. Ele avisou que haverá reciprocidade para os argentinos que forem ao Maracanã. "Vamos respeitar o adversário. O resultado se busca dentro de campo. Fora dele, é reciprocidade. Não tomaremos atitudes que não condizem com o tamanho do Flamengo e da competição. Não vai haver isso. Haverá reciprocidade, como a nossa torcida foi tratada. A polícia daqui proibiu algumas coisas, como material, faixas, proibiu tudo, depois liberou para a deles. Isso vai ser buscado nas autoridades do Rio de Janeiro. (Vai entrar com reclamação formal à Conmebol?) É uma decisão do presidente e do vice-jurídico", analisou.
Outro elemento que ajudou a dar uma característica diferente para o confronto foi a forma como a própria imprensa argentina tratou o Flamengo. O clube foi alçado ao nível de times de ponta do futebol europeu. Mais do que isso: o atacante Pedro, autor de hat-trick, foi comparado a Diego Armando Maradona, ídolo máximo do futebol argentino.
Segundo o Diário Olé, um dos mais tradicionais do mundo, o atacante teve uma atuação digna de Maradona. "Levou todos os olhares no José Amalfitani e também a bola". O espaço reservado ao camisa 21, artilheiro da Libertadores com 11 gols, é encerrado assim: "Denle pelota, che." A expressão quer dizer: "Prestem atenção nele". Ou uma mais literal: "Deem bola para ele", como dizemos no Brasil", dizia a notícia do Olé.
Pedro é o artilheiro da Libertadores e tem grandes chances de disputar a Copa do Mundo, já que o técnico Tite já manifestou diversas vezes que tem grande admiração pelo futebol do atacante. Aliás, Pedro também foi o personagem de mais uma história curiosa envolvendo a passagem do Flamengo pela Argentina.
Ao fazer três gols, o atleta, como é de costume nesse tipo de situação, quis levar a bola do jogo para casa. Ele ia conseguindo o feito, mas foi impedido quando já estava no túnel do estádio José Amalfitani. Um funcionário do Vélez tomou a bola sob o argumento de que o material pertencia ao clube mandante.
˜Eu estava indo para o vestiário, e veio alguém e meio que roubou a bola de mim. Falei: "Me dá, eu fiz três gols". O cara brigou lá e não quis devolver. Faz parte. Vou tentar pegar uma com o roupeiro do Flamengo", contou Pedro.
Flamengo e Vélez voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira (7), desta vez no Maracanã, às 21h30.