O papa Francisco alertou nesta quinta-feira (23) a respeito da necessidade "urgente" de educar os homens para relacionamentos saudáveis diante dos numerosos episódios de violência contra as mulheres. A declaração foi feita em meio ao aumento no número de casos de feminicídios na Itália, principalmente após o assassinato da estudante Giulia Cecchettin, de 22 anos, que chocou o país.
"Podemos ver pelas tristes notícias destes dias, nos terríveis relatos de violência contra as mulheres, como é urgente educar o respeito e o cuidado: formar homens capazes de relações saudáveis", destacou o Pontífice em uma audiência com uma delegação de jornalistas católicos, no Vaticano.
O líder da Igreja Católica pediu os jornalistas a não darem "notícias mórbidas" e a considerarem antes de dar "notícias e furos" que "há sempre sentimentos, histórias, pessoas reais que devem ser respeitadas como se fossem familiares".
"Comunicar é formar o homem.
Comunicar é formar a sociedade. Não abandone o caminho, ele o levará longe", destacou Francisco.
Além disso, frisou que é necessário "promover ferramentas que protejam a todos, especialmente os grupos mais fracos, os menores, os idosos e as pessoas com deficiência, e os protejam da intrusão do digital e das seduções da comunicação provocativa e controversa".
Por fim, Jorge Bergoglio alertou que "os mecanismos de comunicação, publicidade e redes sociais podem servir para nos transformar em sujeitos sonolentos, dependentes do consumo e das coisas novas que podemos comprar, obcecados pelo tempo livre e fechados na negatividade".
Ele fez um apelo para todos os comunicadores irem "contra a corrente" e para falarem "de fraternidade num mundo individualista; de paz num mundo em guerra e de atenção aos pobres num mundo impaciente e indiferente".