A Penitenciária Apostólica, tribunal supremo da Igreja Católica, divulgou na segunda-feira (13) as "Normas Sobre a Concessão de Indulgência" para o Jubileu de 2025. Quatro dias antes, o papa Francisco havia feito a leitura dos termos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
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Na ocasião, quando a chamada Bula de Proclamação do Jubileu foi lançada, o papa argentino invocou a paz num mundo que, segundo ele, está marcado pelo conflito de armas, morte, destruição, ódio contra o próximo, fome, dívida ecológica e baixa taxa de natalidade.
"A humanidade está submetida a uma difícil prova que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência. Faltará ainda a esses povos algo que não tenham já sofrido?", questionou o papa, de acordo com o Vatican News, portal de informação da Santa Sé.
Francisco prosseguiu. "Como é possível que o seu desesperado grito de ajuda não impulsione os responsáveis das nações a querer pôr fim aos demasiados conflitos regionais? Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte?".
O papa também fez um apelo em favor da natalidade, que ele cita estar caindo em vários países e por vários motivos como "ritmo frenético de vida" e "modelos sociais ditados mais pela procura do lucro do que pelo cuidado das relações humanas".
Para o pontífice, há uma "necessidade urgente" de "apoio convicto" dos fiéis e da sociedade civil ao "desejo dos jovens" de gerar novas crianças, para que o futuro possa ser "marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios".
Os migrantes também não foram esquecidos pelo papa, que disse esperar que as expectativas deles "não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos".
"A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social."
O papa pediu que os países ricos perdoem as dívidas das nações pobres e ainda citou o respeito aos presidiários, o fim da pena de morte e disse que é escandaloso que os pobres constituem a ser a maioria da população em um mundo dotado de recursos.
A Bula, dividida em 25 pontos, contém súplicas, propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens, e anuncia as novidades de um Ano Santo que terá como tema "Peregrinos de esperança".
"Todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, excluindo qualquer apego ao pecado e movidos por um espírito de caridade, e que, no decurso do Ano Santo, purificados pelo sacramento da penitência e revigorados pela Sagrada Comunhão, rezem segundo as intenções do Sumo Pontífice, poderão obter do tesouro da Igreja pleníssima Indulgência, remissão e perdão dos seus pecados, que se pode aplicar às almas do Purgatório sob a forma de sufrágio", diz o texto.
O Jubileu acontece a cada 25 anos, quando a Igreja Católica incentiva peregrinações a Roma, na Itália, e a outras basílicas para que os fiéis alcancem a indulgência plenária, que permite "sanar dívidas" que o pecado deixa na alma, amenizando o tempo no purgatório.
Um dos marcos do evento religioso é a peregrinação até a Porta Santa das basílicas maiores (nome dado às basílicas de São Pedro, Santa Maria Maior e São Paulo fora dos muros, e São João de Latrão, todas em Roma).
Estas portas serão abertas pelo próprio papa Francisco, sendo a primeira a de São Pedro, em 24 de dezembro. O marco da peregrinação jubilar é exatamente a passagem dos fiéis por estas portas, garantindo a indulgência desde que cumpram as disposições fixadas pela Igreja, que são confissão sacramental, comunhão e oração pelo papa.
Cada basílica tem uma data diferente para iniciar o Jubileu 2025.