Na semana do aniversário de 200 anos da Independência, mais brasileiros se dizem orgulhosos do país, de acordo com o Datafolha.
Pesquisa do instituto feita na quinta (8) e na sexta-feira (9) aponta que 77% dos entrevistados dizem ter mais orgulho do que vergonha do Brasil, ante 21% de respostas na direção oposta. Não soube responder 1%.
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A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O resultado representa uma alta em relação à pesquisa anterior nesse quesito, feita em 2021, quando o índice estava em 70%. Antes, em maio de 2020, os orgulhosos tinham recuado e eram 67%. O país à época enfrentava a primeira onda de mortes da pandemia da Covid-19, com o fechamento de comércio, escritórios e serviços públicos.
No fim de 2019, a resposta positiva estava em 76%. Na série histórica do Datafolha, o índice mais alto de respostas falando em vergonha ocorreu em junho de 2017, quando 47% dos entrevistados responderam nesse sentido.
Naquele período, o país vivia o auge da Operação Lava Jato e testemunhava a repercussão de denúncias de corrupção que quase custaram o mandato do então presidente Michel Temer (MDB).
As taxas passaram por oscilações e quedas ao longo da última década, em meio a crises políticas e econômicas.
Na mais recente pesquisa, o índice de orgulhosos do país é mais elevado entre homens do que entre mulheres (80% a 74%). Também sobe no Centro-Oeste (83%) em relação ao Nordeste e Sudeste (75%).
No recorte entre profissões, estudantes (72% de orgulhosos) são mais pessimistas do que funcionários públicos e aposentados (79%). A margem de erro em grupos mais restritos é mais elevada.
Ao se cruzar os dados com as intenções de voto na eleição presidencial, é possível notar que os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) são mais otimistas.
Ao se levar em conta apenas o eleitorado do presidente, os orgulhosos do país somam 91%. No segmento específico de eleitores do ex-presidente Lula (PT), que lidera a disputa eleitoral, a taxa cai para 70%.
Bolsonaro usou as festividades do bicentenário, na última semana, para promover politicamente sua candidatura, com atos e discursos em meio aos festejos em Brasília e no Rio de Janeiro.
O presidente também tem tentado usar a favor de sua campanha os símbolos nacionais, como a bandeira brasileira. A camisa da seleção nacional virou uma das marcas de seus apoiadores já desde a sua primeira eleição, em 2018.