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Ministério da Saúde: 85% das mensagens sobre coronavírus são fake news

15 jun 2020 às 15:20

O feijão da Igreja Mundial cura o coronavírus? A vacina de gripe aumenta as chances de contrair a doença causada pela Covid-19? A iniciativa "Saúde sem fake news", do Ministério da Saúde, alerta que essas mensagens são falsas e corroboram para o aumento da desinformação sobre o vírus.

Esses casos mencionados fazem parte de um grupo de "notícias”, áudios e textos sobre o coronavírus e que foram enviados à pasta para checagem. Apenas nos dois primeiros meses do ano, 90% das 6.500 mensagens recebidas e analisadas entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro eram relacionadas ao novo vírus.


Dentre as informações sobre a doença, 85% eram falsas. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde. A OMS (Organização Mundial de Saúde) também tem alertado sobre o perigo da desinformação neste momento, o que pode levar ao aumento no número de infectados em todo o país.


"Há uma quantidade enorme de fake news, de notícias falsas, e a maior parte delas relacionadas a formas de prevenção. Uso de vitamina para melhorar o sistema imunológico, fazer gargarejo com água quente, coisas que não têm nenhum tipo de evidência científica", afirma o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alberto Chebabbo, em entrevista ao portal Agência Brasil.


De acordo com o pesquisador Igor Sacramento, do Icict/Fiocruz (Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz), as epidemias sempre vieram acompanhadas de boatos e desinformações, mesmo antes da popularização da internet.


"As pessoas têm confiado cada vez mais em discursos e informações que não são baseadas em evidências nem na ciência, mas na experiência de pessoas que disseram que isso aconteceu", alerta Igor. "É muito preocupante quando as pessoas acreditam mais em um testemunho no YouTube do que em um especialista que pesquisou um assunto por anos”, complementa.


Consciência do usuário


O levantamento "Consumidor Digital 2020”, realizado pela consultoria Conversion, empresa especializada em performance e líder em SEO no Brasil, comprovou que 79,3% dos brasileiros possuem grande preocupação com as notícias falsas e 62,3% elegeram a televisão como o meio comunicativo que mais confiam.


Em segundo lugar ficaram os jornais e revistas impressos, com 42,8%, seguidos por Google (36,2%), amigos (20,3%), redes sociais (19,2%), WhatsApp (9,4%) e outros meios (3,8%). Além disso, 73,2% dos participantes afirmam que buscam informações no Google diversas vezes ao dia, enquanto 20,3% realizam esse processo ao menos uma vez no decorrer do dia.

Com o aumento da visibilidade das fake news, seja no campo da saúde ou da política, o tema tem sido discutido em salas de aula e até mesmo nas redes sociais, podendo aparecer em provas de vestibulares e concurso público. Desde 2018, a temática tem ganhado cada vez mais destaque e materiais informativos, assim como agências criadas exclusivamente para checar as informações.


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