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Confira como fugir dos pernilongos, que voltam com tudo no calor

13 out 2020 às 08:16

Chega o calor e, com ele, os pernilongos. Das coceira e manchas que ficam da pele depois da picada ao zumbido ao pé do ouvido durante a noite, ou até mesmo doenças graves como a dengue ou chikungunya, ter que conviver com esses insetos não é uma tarefa fácil.


O problema é comum nas cidades devido à poluição dos rios e canais. Na capital, são duas as espécies mais comuns de mosquitos: o Culex quinquefasciatus, que provoca o incômodo de manchas e coceira, e o Aedes aegypti, causador da dengue, mas que tem características diferentes, como o hábito diurno e início do ciclo de vida em água limpa.


"Em São Paulo temos um dos maiores criadouros, que é o rio Pinheiros, além dos córregos e um pedaço do rio Tietê. Por isso esse mosquito se adaptou bem nessas regiões", afirma Paulo Roberto Urbinatti, biólogo e pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP.


Até que fique adulto e saia picando as pessoas, um pernilongo tem um ciclo de vida de 10 a 15 dias como larva nas águas poluídas. No calor, contudo, esse tempo é encurtado –e as mudanças climáticas podem favorecer ainda mais a proliferação deles, diz Urbinatti. Como ele precisa de água com alto teor de matéria orgânica para se desenvolver, a poluição é essencial.


No caso do Culex, a fêmea, que costuma picar as pessoas em busca de sangue para desenvolver as larvas, não transmite doenças. Já em algumas cidades das regiões Norte e Nordeste, pode transmitir a filariose, que afeta os vasos linfáticos.


As áreas mais próximas a corpos d'água poluídos são as mais afetadas pelos pernilongos, afirma Sérgio Bocalini, biólogo especialista em entomologia urbana e vice-presidente executivo da Aprag (Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas).


Mas quem mora em regiões a até 4 km dessas águas também é afetado. "Especialmente no calor, com a evaporação da água, há muitas correntes de ar ascendentes. Como o pernilongo é leve, isso faz com ele ganhe altura e seja empurrado para grandes distâncias."


Há muitos métodos para tentar minimizar o problema, dos mais naturais, como plantar ervas, até os mais agressivos, como o uso de inseticidas. Mas nem todos, afirma Bocalini, são realmente eficientes.


"É muito importante que as pessoas tenham cuidado porque, na tentativa de resolver, muitas pessoas buscam métodos principalmente na internet, e acabam fazendo coisas que podem não funcionar e até trazer problema."

Em casa, os métodos mais eficientes são os que impedem a entrada dos mosquitos, como a instalação de telas em janelas e portas. Para quem não tem, a dica é fechar os acessos no fim da tarde, o horário de pico da atividade desses mosquitos.


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