Até o final de março deste ano, 77% das vacinas contra Covid-19 disponíveis no Brasil serão entregues pelo Instituto Butantan. São as Coronavac, chamadas por Jair Bolsonaro de "vacina chinesa do Doria".
O peso do instituto paulista na oferta nacional de vacinas seria menor caso não fosse o fracasso na importação de 8 milhões de doses de vacinas do laboratório Serum, da Índia, e a frustração da entrega de pelo menos 11,2 milhões de vacinas pela Fiocruz.
O instituto previa entregar 15 milhões de doses em março. Devido a uma falha na linha de produção e teste de vacinas, prevê entregar apenas 3,8 milhões de doses em março. Na Fiocruz, se diz que essa é uma estimativa "conservadora", mas apenas na segunda-feira será possível saber da capacidade de produzir e entregar mais doses.
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De qualquer modo, ainda não há previsão de que o atraso de março possa ser recuperado em abril. A previsão de entrega de doses da vacina AstraZeneca/Oxford para o mês que vem continua a mesma.
No cronograma do Ministério da Saúde, sobra ainda a previsão de entrega de 2,9 milhões de doses das vacinas da Covax para março. É tudo, por enquanto. Caso não cheguem as doses das Covax, o Butantan será responsável por 82% da vacinação no país, até o final de março.
O Butantan diz que talvez possa antecipar a produção de vacinas para abril, doses do segundo contrato firmado com o governo federal. Eram 46 milhões de doses no primeiro acordo, que serão entregues até fim de abril, segundo o instituto, e mais 54 milhões do segundo contrato, produtos a serem entregues até o fim de agosto. Parte dessa encomenda talvez possa ser antecipada para abril.
O governo federal quer comprar mais 30 milhões de doses de Coronavac do Butantan. O instituto negocia o contrato mas diz que, depois dessa leva de vacinas, quer ser liberado de contratos de exclusividade com o governo federal. Isto é, que possa vender vacinas para o governo paulista ou de outros estados e prefeituras. O governo do estado de São Paulo quer comprar 20 milhões de doses extras.