A grife Viva N Diva fechou contrato com uma mulher que sobreviveu a um ataque de ácido. Laxmi Saa será o rosto da nova coleção da marca. O objetivo é levar uma nova perspectiva das pessoas em relação à moda e beleza, conscientizando o público de que o belo vai além dos atributos físicos, e Saa traduzia essa mensagem por meio de sua imagem.
A ideia surgiu de um dos fundadores da grife, Rupesh Jhawar que em entrevista à BBC disse que ficou atordoado com o visual de Saa. "Para os meus olhos, que estão acostumados a ver modelos de pele perfeita em frente a uma câmera todos os dias, esta visão (de Laxmi Saa) foi perturbadora e inspiradora", conta.
Para ele tudo depende do ponto de vista. "Por um momento eu vi a beleza de uma forma muito diferente e queríamos capturar isto - retirar qualquer vestígio de vitimização daqueles olhos e dar a eles um palco, um emprego, uma plataforma, um meio para desfilar com estilo", acrescentou Rupesh.
A modelo vê a situação como uma oportunidade de representar uma marca de roupas e assim ser exemplo para mulheres como ela, despertando força e confiança apesar de sua aparência.
"Também foi uma plataforma para enviar uma mensagem clara para criminosos, de que as mulheres não vão perder a coragem mesmo depois de ser atacadas com ácido para destruir sua beleza física" desabafa Saa.
Laxmi tinha apenas 15 anos quando um homem de 32 jogou ácido em seu rosto depois de ela ter recusado sua proposta de casamento. Desde então ela se tornou uma das ativistas mais populares na luta contra a venda de ácido no país.
Sem leis
O ácido é vendido na Índia sem regulamentação e é utilizado, em grande maioria, para as punições mais duras. Segundo a defesa de vítimas de ataques com ácido no país,Acid Survivors Trust International, o número estimado de "acidentes" com o produto pode chegar até mil por ano, apesar de muitos não serem registrados. Apesar dos dados levantados, o país não tem leis específicas para punir responsáveis por esse tipo de agressão. (Com informações BBC Brasil)