A moda oriental já conquistou seu espaço no Brasil. São bolsas, blusas, vestidos e saias com inspiração no Japão e na China. As peças orientais são sóbrias nos cortes e reluzentes nas cores. Decotes matadores e pernas de fora só na versão ocidental das peças que são típicas do outro lado do mundo.
Estampas, tecidos acetinados e drapeados se tornaram marcas do estilo. As roupas são delicadas e os tecidos contribuem no adjetivo. Seda, cetim e viscose são os mais utilizados. Por aqui, o estilo caiu no gosto das mais modernas que sabem como misturar o exotismo da China e do Japão com peças mais ousadas.
O grande motivo dessa influência oriental é a miscigenação no país. Além disso, a leveza dos tecidos e o colorido das estamparias combinam com o clima brasileiro.
Outro motivo é que a moda também pode refletir o momento de uma sociedade. A busca do equilíbrio interior e o auto-conhecimento têm crescido nos últimos tempos e isso também aparece nas coleções de vários estilistas.
O uso do kimono tradicional tem como figura principal as mulheres. Eles eram trajados apenas em ocasiões de festas e casamentos, por gueixas no período feudal dos japoneses. Para o dia-a-dia vestia-se kimonos mais simples. Hoje o uso deste traje ainda se faz em festas, casamentos e por gueixas, mas não com a mesma freqüência.
O papel das gueixas no período feudal japonês era de entreter e servir apenas aos senhores feudais e aos samurais. Hoje este papel mudou e as gueixas são privilégios apenas para ricos, empresários, políticos e renomados artistas. Engana-se quem pensa que estas mulheres são prostitutas, pois elas devem servir e entreter sem serem tocadas. Uma relação mais íntima fica restrita a um longo período de freqüência do cliente.
Os kimonos têm interpretações variadas no ocidente. As mangas amplas e as estampas aparecem em roupas dos mais diversos tipos e modelagens. Entre os orientalismos em alta, a maior novidade é o obi, a faixa larga que fecha o quimono e que, na sua versão estilizada, é um cinto lindo de ver e muito difícil de usar. No Japão, há diversas formas de amarração, inclusive para diferenciar mulheres pela idade ou classe social. Na versão da moda, basta cruzar as pontas nas costas e arrematar com um laço na frente.
O oriente influencia tecidos e estampas no Ocidente desde o século XVIII. Na era contemporânea, a grande eclosão de orientalismo aconteceu nos anos 70, quando estilistas japoneses estabelecidos em Paris, passaram a misturar tradições nipônicas a idéias européias. A tendência do momento é menos profunda do que as transformações introduzidas por mestres da costura, que trabalham com formas e conceitos rigorosos. O orientalismo do momento é alegre, colorido, quase folclórico. Além de acessórios inspirados nos mangás, os quadrinhos japoneses.
Dicas para acertar na composição
O kimono curto e com decote cria uma interessante produção se combinado com uma legging e salto alto ótimo para baladas noturnas. Já o mini kimono curto é ideal para um jantar mais íntimo.
As estampas das roupas orientais em geral trazem alguma simbologia, a flor de laranjeira muito utilizada simboliza o início da primavera no Japão, sinal de prosperidade.
O obi (faixa usada para marcar a cintura) estilizado deve ser usado por cima de túnicas e camisas inspiradas nos quimonos: justinhas, decote trespassado e manga larga. Também fica bem com saia reta ou calça de cetim afunilada no tornozelo. O Obi é proibidíssimo para quem tem quadris largos ou seios grandes ou ambos.
Para os pés, há sandálias tipo plataforma com detalhes bordados e forradas com tecidos asiáticos, mas aí todo cuidado é pouco: quem exagerar na dose e sair toda oriental correrá o risco de ficar parecendo figurante de teatro kabuki.