Moda

Campanha quer abolir o mundo cor-de-rosa das meninas

18 jan 2010 às 08:39

Depois do sutiã tem muita mulher querendo queimar tudo que for cor-de-rosa no guarda-roupa. É uma guerra declarada ao que já virou uma espécie de cultura ou culto ao pink não só no universo infantil feminino, mas também entre algumas adolescentes tardias tipo Elle Woods, personagem de Reese Witherspoon em ''Legalmente Loira'' (Legally Blonde, 2001).

A onda começou na internet e se parece com aqueles protestos contra o uso de peles de animais, em que militantes ficam pelados ou jogam tinta em casacos que custam o olho da cara. E cada vez mais aparecem adeptos ao ''não''para o jeito Barbie de ser.


Tudo começou com duas irmãs gêmeas inglesas, Emma e Abi Moore, que criaram o blog ''PinkStinks'' (Rosa Fede) contra a cultura do rosa, fundamentada na beleza em detrimento da inteligência.


As irmãs têm diversos seguidores no Facebook e Twitter, gerando polêmica no Reino Unido. Jornais classificaram Emma e Abi de feministas severas e sem senso de humor.


Para decorar o quarto de qualquer princesinha ou fã da Hello Kitty - outra embaixadora do mundo cor-de-rosa - só no Reino Unido, as empresas investem 100 bilhões de libras anuais em publicidade para produtos, como bicicletas, telefones, bolsas e até versões de brinquedos. As variações desta cultura monocromática vão do rosa-bebê ao rosa-choque.


''Queremos que as meninas saibam que podem ser tudo que quiserem ser, independente do que os fabricantes queiram vender'', afirmam as as irmãs inglesas.


Opinião de mães


Para decifrar os riscos para a inteligência das que vivem no mundo cor-de-chiclete, com a palavra uma mãe de miss e celebridade, dona Cleusa Soares Massafera, da atriz paranaense Grazielli Massafera:


''Nunca vesti a Grazi só de rosa. Ao contrário, ela gostava de roupas muito coloridas. Mas, hoje, eu tenho duas netinhas que adoram cor-de-rosa. Acho que a cor da roupa não influencia o comportamento ou qualquer outra coisa na pessoa'', afirma Cleusa Massafera, mãe da ex-BBB de Jacarezinho, que venceu o primeiro concurso de beleza aos oito anos de idade.


A jornalista e escritora londrinense Célia Musilli lembra que a cor rosa para menina é somente uma convenção, como o azul uma tonalidade do gênero masculino.


''É o mesmo que dizer que o azul agride a inteligência. O que realmente pode se tornar uma agressão são os conceitos e valores, inclusive esse proposto pela campanha. Não tenho nada contra a cultura do feminino, desde que não seja algo bobo. Posso vestir cor-de-rosa e me expressar em cor-de-rosa'', afirma Célia.


A jornalista acredita que o debate é ainda mais amplo quando o assunto também se estende aos interesses mercadológicos.


Célia comenta que é mais prejudicial uma mãe obrigar a filha a participar de um concurso de beleza, estimulando o culto ao corpo e à competição.


2010: o ano do rosa


Para as que já estão com o palito de fósforo aceso na mão para fazer uma fogueira com tudo o que for cor-de-rosa aderindo ao chamamento das inglesas, saibam que 2010 é o ano do rosa entre os místicos.


A taróloga londrinense Eristela Welly explica que o primeiro ano da nova década é de Vênus e tem tudo a ver com o rosa, a cor do amor.

Eristela diz que não só as meninas, mas todo mundo deveria se vestir de rosa.
''É uma cor que libera o amor, suave e serena. Principalmente em 2010, um ano propício à paz, casamentos e de encontro da alma gêmea''.


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