O sonho do pequeno Rafael Moura Neves da Silva, de 11 anos, morador da zona norte de Londrina, tinha outro sentido e sentimento.
Há cerca de três anos ele “perdeu” o olho direito após sofrer um acidente com a bateria de um relógio de pulso. Ele estava deitado mexendo o objeto e a resina da bateria caiu atrás da córnea e provocou uma queimadura.
Desde então o garoto sofria com o preconceito e perguntas indiscretas que o deixavam envergonhado. “As crianças não queriam brincar perto dele, ficavam olhando e perguntando na escola por que ele ficava com o olho fechado.
Ele não gosta que fica perguntando”, relatou a mãe, a zeladora Glaucia de Moura. “Me olhavam com um cara estranha”, acrescentou Rafael, que também viveu um ano difícil com a morte do pai, em maio, em decorrência de complicações pela Covid-19.
Depois de tantos pedidos, ele teve o desejo por uma prótese ocular atendido neste Natal por meio de uma cartinha enviada para a campanha “Papai Noel dos Correios”.
“Nesse projeto, que já existe há mais de 30 anos, você recebe todo tipo de carta, principalmente brinquedo, cesta, celular. A equipe precisa ler a carta para saber se não existe nenhuma identificação da criança. Quando a equipe recebeu essa carta e me trouxe fiquei num primeiro momento sem reação, porque não sabia o que fazer e nem para onde correr”, contou Flávio Scanavez, gerente regional dos Correios em Londrina.
Na Folha de Londrina, conheça mais sobre a história do menino Rafael.