Se você está entre os 80% da população que sofre com dores nas costas sabe bem o incômodo que é. Mas, se está entre os 3% a 5% dos casos que evoluem para dor lombar crônica, não se desespere - um tratamento chamado risotomia percutânea vem ganhando espaço pela simplicidade, rapidez e principalmente pelos resultados, que não chegam a 100%, mas permitem alívio para que outras terapias possam ser feitas. Outra vantagem, segundo o neurocirurgião Sérgio Georgeto, de Londrina, é que o procedimento pode ser repetido se necessário.
A dor aguda sinaliza que algo não vai bem no organismo, mas quando persiste por mais de dois a três meses se torna crônica e apresenta outras características. O neurocirurgião explica que o caso crônico leva a uma alteração do mecanismo fisiológico que regula todo o mecanismo de interpretação da dor. O tratamento é a ''tentativa de rearranjo dos mecanismos perdidos com a dor crônica''.
Primeiro é preciso, segundo o médico, caracterizar o tipo de dor, as estruturas envolvidas e a melhor terapia. A risotomia percutânea, feita em centro cirúrgico, consiste na aplicação de agente químico ou radiofrequência na enervação onde há dor. A aplicação é feita através de agulhas e com a ajuda de raio X, que direciona para o local exato. O paciente recebe anestesia local e fica internado normalmente por meio período. A radiofrequência pode ser convencional ou pulsátil, e o agente químico pode ser corticoide, anti-inflamatório ou uma mistura de substâncias.
O resultado, segundo o médico, é normalmente alívio imediato da dor ou nas semanas seguintes ao tratamento. ''Um bom resultado é quando isso persiste por prazo mínimo de quatro a seis meses'', avalia. Não quer dizer que o paciente está curado ou que nunca mais vai ter dor, mas que o alívio é fundamental para que tenha condições de passar por procedimentos de reabilitação, que incluem fisioterapia, dieta e psicoterapia. ''O indivíduo com dor não tem vontade nem de sair de casa e isso dá a ele tempo e condições de passar por tratamentos importantes'', afirma.
O que a experiência mostrou, segundo Georgeto, é que 80% a 90% dos resultados são bons, o que significa ''diminuição acentuada da dor e possibilidade de reabilitação'', que 60% a 70% dos pacientes continuam com bom resultado em 12 meses e 30% em 12 a 24 meses. ''Se a dor passa a ser resolvida com um analgésico simples é um bom resultado''.