Mulheres de meia idade que passam longas horas trabalhando estão mais propensas a ganhar peso, é o que revela um estudo recente da Monash University, na Austrália. A pesquisa analisou o impacto do número de horas trabalhadas no peso das mulheres. As descobertas apontam que aquelas que trabalhavam muito mais do que 35 horas semanais tinham mais chances de ganhar alguns quilos.
Foram analisados o perfil de mais de nove mil mulheres com idade entre 45 e 50 anos a partir dos padrões estabelecidos no Australian Longitudinal Study of Women’s Health de 1996 a 1998.
Os pesquisadores concluíram que 55% das voluntárias apresentaram ganho de peso em um período de dois anos. Embora ganhos evidentes também tenham sido identificados, as participantes do estudo tiveram um aumento, em média, de 1,5% no seu peso inicial.
Nicole Au, pesquisadora do Centre for Health Economics na Monash University, que coordenou o estudo, acredita que a explicação para esse fenômeno é que as mulheres passam muito mais tempo trabalhando do que cuidando da saúde e da boa forma. "Mais de 60% dos adultos australianos estão com sobrepeso ou são obesos, o que representa um problema de saúde muito sério", ressalta.
"A pesquisa destaca o grande número de mulheres australianas que tem entrado no mercado de trabalho e os efeitos que isso causa na sua capacidade de manter o peso ideal. Horas de trabalho extras podem acabar reduzindo o tempo de preparo de refeições caseiras, a prática de exercícios físicos e o período de sono, que são fatores de risco para a obesidade. Políticas que ajudem essas mulheres que têm uma longa jornada a reduzir o tempo que precisam para seguir uma dieta saudável e uma rotina de atividades físicas podem trazer ótimos resultados", explica a pesquisadora.
Ainda, analisando os dados das voluntárias da pesquisa, a equipe de pesquisa pôde apontar outros resultados alarmantes. Segundo eles, as mulheres que trabalham mais de 49 horas semanais são mais propensas a fumar e consumir álcool. Os números mostram que 65% delas consomem bebidas em níveis considerados de risco e 36% assumem não praticar nenhum tipo de exercício físico.